
O que liga quatro germanistas europeus (unidos pela paixão física e pela paixão intelectual pela obra de Benno von Archimboldi) ao repórter afro-americano Oscar Fate, que viaja até ao México para fazer a cobertura de um combate de boxe? O que liga este último a Amalfitano, um professor de filosofia, melancólico e meio louco, que se instala com a filha, Rosa, na cidade fronteiriça de Santa Teresa? O que liga o forasteiro chileno à série de homicídios de contornos macabros que vitimam centenas de mulheres no deserto de Sonora? E o que liga Benno von Archimboldi, o secreto e misterio-so escritor alemão do pós-guerra, a essas mulheres barbaramente violadas e assassinadas? 2666. Para se ler sem rede, como num sonho em que percorremos um caminho que nos poderá levar a todos os lugares possíveis.
Há muito, muito tempo que não lia um livro assim. E não me estou a referir ao tamanho (mais de 1000 páginas).
Refiro-me, isso sim, à genialidade do livro e do autor.
A história, ou melhor as cinco histórias que constituem este magnifico romance, tem um ponto em comum Benno vo Archimboldi um misterioso escritor alemão que ninguém parece alguma vez ter visto.
O livro é simplesmente genial e o irónico é que este livro catapultou Bolanõ para a fama. Logo ele que defendia que fama e literatura eram «inimigas irreconciliáveis». E é verdade que do seu primeiro romance "Consejos de un discípulo de Morrison a un fanático de Joyce" de 1984 (escrito a meias com Antoní Garcia Porta)ou A Pista de Gelo de 1993 (o primeiro romance "a solo"), até ao último publicado em vida Putas Asesinas de 2001, Bolaño foi quase um desconhecido. Foi precisamente este 2666 publicado já depois da sua morte em 2003 que lhe granjeou a merecida fama.
De 1993 até 2003 Bolaño publicou onze livros mas deixou muitos mais por publicar.
2 comentários:
confesso que o tamanho do livro me tem assustado e não me decido a começar a le-lo
Mas as opiniões são unanimes e hei-de começar um dia destes.
Vai ser a minha resolução de ano novo: «Ler o livro do Bolano»
pois...tenho-o na cabeceira mas ainda não me decidi pegar nele precisamente por causa do tamanho.
é que ainda por cima tenho as minhas crónicas atrasadas: 7 para passar a computador e três para redigir (que é o que me dá mais dor de cabeça, mas espero resolver esse assunto amanhã de manhã.)O resto, é para se ir fazendo.
mas vou antes pegar em Gore Vidal pelo menos...
csd
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