
Nostromo (1904) é um romance grandioso.
Situa-se em Costaguana, um local imaginário situado na costa ocidental da América Latina. Simbólico e realista, todo o romance é dominado pela prata da mina de SanTomé e pelas suas consequências nas vidas de um conjunto de personagens. Este tesouro atrai homens gananciosos que impõem ao país uma sucessão de tiranias, e põe à prova e acaba por corromper homens venerados pelos seus elevados princípios morais. Apesar de já ter mais de 100 anos, esta obra revela tanto da América Latina contemporânea como qualquer um dos apurados relatos da turbulenta vida política daquela região. Com uma impressionante narrativa, espectacular na recriação da paisagem subtropical, Nostromo retrata uma sociedade em rebelião, e as oportunidades que as convulsões políticas e sociais oferecem à corrupção reflectem-se em cada página.
Como quase todas as histórias de Conrad sentimo-nos transportados aos locais que descreve como ninguém. E como em quase todas as histórias de Conrad sentimos as dúvidas as angustias e todos os sentimentos dos personagens que ele criou.
Alguém definiu este livro (e outros do autor) como um livro "pessimista". Não consigo concordar considero Conrad um retratista fiel do seu tempo e da alma humana e por mais negros que sejam os cenários que cria ele deixa sempre uma porta aberta para algo melhor (mesmo que por vezes não esteja bem à vista).
«...um portentoso romance político, uma ficção sobre a História enquanto ficção, invenção de sentidos, sobre ilusões individuais, ideológicas e revolucionárias num mundo crescentemente sobredeterminado por poderes económicos supranacionais e, por assim dizer, a-políticos. É um romance sobre o início da globalização imperialista do capitalismo liberal.»
Público, ípsilon online
2 comentários:
ah, que delícia, já li e comentei há uns aninhos, em 2007...
;_)
csd
Adivinha qual é o livro que estou a ler neste momento?????
Aguentem mais uns tempos que eu estou quase de volta e depois temos de ir comemorar...
beijo prós cinco
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