
Tentei esperar que a poeira assentasse antes de ler este livro. Como já disse várias vezes quando a crítica elogia muito um livro fico sempre de pé atras. Mas os críticos de vez em quando acertam e este "Os Homens Que Odeiam as Mulheres" é um desses casos.
São mais de 500 páginas que se leem de um folego. Dei por mim acordado às três da manhã incapaz de parar de ler. Fui incapaz de o largar assim que o comecei a ler e atirei-me a toda a trilogia.
Confesso que esperava um livro policial do género clássico. Policias e ladrões, um tiroteio de vez em quando... mas este livro surpreendeu-me. Um estilo muito próprio, personagens bem construidas, uma narrativa simples e com atenção ao detalhe... «Millennium não é um livro policial no sentido habitual do termo. O estilo de Stieg Larson é minucioso, detalhado, lento. Como se dispusera de todo o tempo do mundo para apresentar aos leitores as personagens e tudo o que as rodeia. Detalhes, pequenas histórias, situações paralelas, descrições exaustivas. Minúcia no detalhe, em suma. (...) O que resulta de toda esta minúcia são personagens (...) com uma profundidade inabitual que se movem num cenário opressivo, dominado por uma inquietação latente que vem do passado. E de repente, (...) não havendo uma percepção imediata de tal, a trama desenrola-se a uma velocidade manifestamente superior e demonstra que o detalhe, afinal, não foi demais: o que se tinha por difuso revela-se abominável, o que se tinha por suspeito surge como demoníaco. Nada era o que parecia. Era pior. É quando se descobre que o pormenor conta, que Stieg Larson sabia exactamente quando e como encaixar todas as peças de um imenso puzzle (...) Escrito e descrito com mestria, este primeiro volume de uma trilogia promete.»
Luís C. Marinha, Os Meus Livros
"As pessoas têm sempre segredos, é uma questão de os descobrir..." Lisbeth Salander
Esqueça os 5 milhões de exemplares vendidos da trilogia Millennium.
Esqueça as listas de best-sellers em Estocolmo, Oslo, Frankfurt, Paris, Roma ou Copenhaga.
Esqueça rótulos como saga familiar, literatura policial, thriller financeiro ou história de amor.
Esqueça tudo.
Leia apenas.
Verá que é uma obra extraordinária de um extraordinário escritor.
Verá que as horas passam sem se dar conta e é muito provável que a madrugada o surpreenda ainda a ler.
Cuidado, risco de insónia.
Nós avisámos…
Stieg Larsson (Skelleftehamn, Suécia, 15 de Agosto de 1954 - 9 de Novembro de 2004) foi um jornalista e escritor sueco.
Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores os manuscritos da Trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenómeno mundial em que a sua obra se tornou.
Em 2008, ele foi (apenas) o segundo autor mais vendido no mundo.
Stieg Larsson foi um dos mais influentes jornalistas e activistas políticos suecos. Trabalhou na destacada agência de notícias TT. À frente da revista Expo, fundada por ele, denunciou organizações neofascistas e racistas. É co-autor de Extremhögern, livro sobre a extrema-direita em seu país.
Por causa de sua actuação na luta pelos direitos humanos, recebeu várias ameaças de morte.
Depois de ler este primeiro volume da trilogia, e pelo que li do segundo, fico a pensar no que a literatura do género perdeu...
2 comentários:
Excelente escolha
e a série só tem tendencia a melhorar
vi o filme, de que gostei bastante.
Chamava-se a "A rapariga da tatuagem do Dragão".
Muito bom e fiquei curiosa em ler os livro.
e em saber mais sobre o Autor.
csd
Enviar um comentário