
Deixem-se conduzir pelas ruas da cidade luz. A cidade dos sonhos... da arte.
Deixem-se conduzir pela cidade raramente mostrada pelos grandes romancistas...
De forma magnífica e através dos mais variados personagens, Santiago Gamboa leva-nos ao mundo nunca antes revelado dos imigrantes clandestinos em Paris.
"Os psiquiatras definem a síndrome de Ulisses como um novo transtorno mental que afecta a maioria dos imigrantes ilegais. A síndrome é desencadeada sobretudo pela sensação de perda por que uma pessoa passa ao abandonar o seu país"
(da contracapa do livro)
Não esperem encontrar uma cidade luminosa. Não procurem as referencias à Paris dos turistas, nada disso, a Paris de Gamboa é fria, cinzenta e os seus personagens tristes, desiludidos com a vida.
A história gira em torno de um jovem colombiano, aspirante a escritor, que trabalha num restaurante coreano (a lavar pratos) para poder pagar os estudos na Sorbonne. É em redor dele que se reúnem as mais diferentes personagens dos mais diversos locais do mundo (africanos, sul americanos, asiáticos e até mesmo europeus) que desiludidos com a vida que tinham nos seus países de origem resolvem tentar recomeçar a vida em Paris.
A Paris onde os sonhos ainda eram possíveis.
A Paris que lhes devora esses mesmos sonhos e tudo o mais que possuem e que a pouco e pouco os devora a eles mesmos não sobrando mais que a solidão, o desespero e a morte...
É pela pena do jovem pretendente a escritor que descobrimos as suas histórias, os seus sonhos e esperanças e é pela sua pena que descobrimos a realidade em que habitam.
Um romance magistral escrito numa linguagem crua sem adornos desnecessários e que aborda um tema actual. Magnifico...
3 comentários:
sabes que este livro acaba por ser o seguimento de "a vida feliz do jovem Esteban"?
Mas bastante mais negro.
Uma escolha feliz....
o livro é magnifico
mesmo que por vezes seja um pouco deprimente...
mas representa de forma excelente o drama vivido por muitos imigrantes
preferi este ao "a vida feliz do jovem Esteban" é um excelente romance ainda que por vezes um pouco deprimente
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