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quarta-feira, 24 de março de 2010

A Desilusão de Deus Richard Dawkins

"O potencial de consolo de uma crença não eleva seu valor de Verdade."




"É absolutamente seguro dizer que, se você encontrar alguém que afirme não acreditar na evolução, esta pessoa é ignorante, imbecil ou insana (ou maligna, mas eu prefiro não considerá-la assim)."

Deus não existe e as religiões são perniciosas e causadoras da maior parte dos males do mundo? Provar que a resposta só pode ser afirmativa é o objectivo desta obra, que ocupou o top de vendas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Orgulhosamente ateu, o autor pensa que a maioria dos cientistas também o foram e são, dando o ateísmo um contributo fundamental para uma sociedade mais feliz, porque livre. Os argumentos filosófico-religiosos a favor da existência de Deus são de extrema debilidade.
Darwinista convicto, vê na selecção natural a chave de explicação da evolução, acabando com a ilusão de um Deus pessoal criador e de um "desígnio inteligente".
Obra retumbantemente polémica, acusada de superficialidade unilateral e fundamentalismo cientificista, tem a pretensão de tornar ateus todos os seus leitores religiosos. Optimismo presumido e ingénuo, obrigará, de qualquer modo, os crentes a mais lucidez.


Não fui eu quem escreveu as linhas acima. Nem podia uma vez que concordo com quase todos os pontos de vista e argumentos do autor.
Senão vejamos e pegando apenas no texto acima:
"Deus não existe e as religiões são perniciosas e causadoras da maior parte dos males do mundo?" qualquer pessoa com dois dedos de testa já há muito tempo que percebeu isso nem é preciso apresentar grandes argumentos (começando nas Cruzadas passando pela segunda guerra mundial e acabando no Médio Oriente temos demasiados exemplos)

"Orgulhosamente ateu, o autor pensa que a maioria dos cientistas também o foram e são, dando o ateísmo um contributo fundamental para uma sociedade mais feliz, porque livre." em mais de uma ocasião o autor cita conhecidos cientistas (e não só) muitas vezes erradamente conotados como pessoas religiosas para provar que não só não o eram como provavelmente eram, isso sim, ateus. E as citações apresentadas os argumentos são sólidos e fundamentados.

"Os argumentos filosófico-religiosos a favor da existência de Deus são de extrema debilidade." e basta dizer que ele apresenta os argumentos de, entre outros, S. Tomás de Aquino uma das grandes figuras e um dos grandes pensadores da igreja católica.

"Darwinista convicto, vê na selecção natural a chave de explicação da evolução, acabando com a ilusão de um Deus pessoal criador e de um "desígnio inteligente". E mais uma vez, na minha opinião ele alcança os seus objectivos. Baseando-se na ciência ele consegue refutar muitos dos dogmas que envolvem a figura de Deus.

O facto é que quando se escreve contra a Igreja ou religião (seja ela qual for) há-de haver sempre vozes que se levantam para criticar e achincalhar e aqcho que o autor já contava com isso.
Mas quando o Autor critica sociedades como a dos EUA que se tornaram fantoches de cultos e seitas torna-se um alvo a abater. E se o acusam de não fundamentar correctamente (que como já disse não concordo) as suas teses haviam de ler algumas criticas que lhe foram feitas e que essas sim além de não terem fundamentos mais não são que ataques pessoais.

E já agora uma nota ao tradutor o titulo original do livro é: "The God Delusion" ora a palavra delusion significa: Ilusão. ILUSÃO... não desilusão e significa ilusão num sentido de delirio, loucura... E aí, por muito que me custe a admitir, os nosso irmãos brasileiros fizeram uma tradução mais conseguida ("Deus, um Delírio").

"Bush e Bin Laden estão, na verdade, do mesmo lado: o lado da fé e violência, em oposição ao lado da razão e discussão. Ambos têm uma fé implacável de que estão certos e de que o outro é maligno. Ambos acreditam que, quando morrerem, ascenderão aos céus. Cada um crê que, quando matar o outro, seu caminho ao paraíso no outro mundo será muito mais rápido. O ilusório 'outro mundo' será bem-vindo a ambos. Este mundo seria um lugar muito melhor sem nenhum dos dois".


sobre o autor:
Clinton Richard Dawkins (Nairobi, 26 de março de 1941) é um eminente zoólogo, etólogo, evolucionista e popular escritor de divulgação científica britânico, natural do Quênia, além de professor da Universidade de Oxford.

Dawkins é conhecido principalmente pela sua visão evolucionista centrada no gene, exposta em seu livro O Gene Egoísta, publicado em 1976. O livro também introduz o termo "meme", o que ajudou na criação da memética. Em 1982, ele realizou uma grande contribuição à ciência da evolução com a teoria, apresentada em seu livro O Fenótipo Estendido, de que o efeito fenotípico não se limita ao corpo de um organismo, mas sim de que o efeito influencia no ambiente em que vive este organismo. Desde então escreveu outros livros sobre evolução e apareceu em vários programas de televisão e rádio para falar de temas como biologia evolutiva, criacionismo, religião.

Ele também defende e divulga correntes como o ateísmo, ceticismo e humanismo. Também é um entusiasta do movimento bright e, como comentador de ciência, religião e política, um dos maiores intelectuais conhecidos no mundo. Esses assuntos são retratados em "Deus, um delírio", livro de sua autoria que se tornou best-seller em vários partes do mundo. Através de diversos fatos científicos, Dawkins nos mostra sua idéia da inexistência de Deus. Em enquete realizada pela revista Prospect em 2005, sobre os maiores intelectuais da atualidade, Richard Dawkins ficou com a terceira posição, atrás somente de Umberto Eco e Noam Chomsky.[1]

Por sua intransigente defesa à teoria de Darwin, recebeu o apelido de "rottweiler de Darwin" (Darwin's rottweiler), em alusão ao apelido de Thomas H. Huxley, que era chamado de "buldogue de Darwin" (Darwin's bulldog).
Publicações
Livros
O Gene Egoísta (1976; segunda edição, 1989)
O Fenótipo Estendido (1982) Edição revisada de 1999
O Relojoeiro Cego (1986); relançado em 1996 e 2007
O Rio Que Saía do Éden (1995) Edição reimpressa (1996) ISBN 0465069908
A Escalada do Monte Improvável (1997)
Desvendando o Arco-íris (1998)
O Capelão do Diabo (ensaios selecionados, 2003)
Deus, um Delírio (2006)
The Ancestor’s Tale: A Pilgrimage to the Dawn of Life (2004); lançado em português em 2007 como A Grande História da Evolução
O Maior Espetáculo da Terra - As Evidências da Evolução (2009)
Documentários
The Root of All Evil? - Documentário feito para a televisão inglesa, escrito e apresentado por Richard Dawkins, que tem como foco demonstrar a desnecessariedade das religiões, evidenciando possíveis vantagens para a humanidade advindas de sua inexistência.
fonte: wikipedia
Nice Guys Finish First
The Blind Watchmaker
Atheism: A Rough History of Disbelief
The Atheism Tapes
The Enemies of Reason (Os Inimigos da Razão) - documentário de dois episódios sobre os misticismos e as superstições que, segundo Dawkins, atacam nossa sociedade racional.
The Genius of Charles Darwin (O Génio de Charles Darwin)

terça-feira, 16 de março de 2010

As cruzadas vistas pelos Arabes Amin Maalouf


Atenção esta não é uma obra de ficção!!!!
Cada vez que encaramos as cruzadas é através dos relatos dos Cruzados. Mas há também aqueles que foram invadidos pelos Cruzados e que foram os habitantes desses territórios. Justamente por esse motivo, Amin Maalouf publica As Cruzadas Vistas Pelos Árabes. Eis o outro lado do binóculo!

Interessa comprovar que as versões orientais e ocidentais não coincidem de todo. Nós escrevemos a nossa própria visão; durante esse tempo, eles escreveram a deles. É por isso que esta nova história das cruzadas não se parece com nenhuma outra.

'Invasores, atrasados, desconhecedores das regras elementares de ética social' - era assim que os muçulmanos viam os cruzados - europeus cristãos que invadiam suas terras na tentativa de reconquistar Jerusalém, a 'Cidade Santa'. Amin Maalouf constrói aqui uma narrativa inversa à corrente entre nós, ocidentais. Num livro que nunca deixa de ser épico e emocionante, ele percorre a longa galeria de personagens históricos que participaram da "Guerra Santa", bem como relata os factos belicosos, as batalhas e os acontecimentos pitorescos surgidos do choque de duas culturas tão diversas. Mostrando os cristãos como cruéis e selvagens, como ignorantes e culturalmente despreparados, Maalouf faz o leitor pensar. Afinal, naquela época, quem eram os verdadeiros bárbaros?

Esta obra tem o condão de explicar a origem do conflito entre o mundo islamico e o mundo ocidental. Mesmo que escrita por um árabe (cristão-árabe é certo) consegue manter uma posição neutral em face dos factos. Apontando os erros e defeitos de um e outro lado da barricada.
Um livro simplesmente magnifico.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Incidente em Antares Erico Verissimo

Aproveitando o facto do Mário me ter emprestado os livros do Erico Verissimo venho hoje recomendar-vos este magnifico e delicioso "INCIDENTE EM ANTARES".




Publicado em 1971, Incidente em Antares é o último romance de Érico Veríssimo.
"Neste romance as personagens e localidades imaginárias aparecem disfarçadas sob nomes fictícios, ao passo que as pessoas e os lugares que na realidade existem ou existiram são designados pelos seus nomes verdadeiros". Essa breve nota inicial já fornece uma idéia do tom irônico que permeia Incidente em Antares. No entanto, a ironia e a sátira não são os únicos elementos presentes na narrativa. Erico Verissimo considera Incidente em Antares uma espécie de estuário em que deságuam rios e riachos de várias de suas tendências e características literárias. Mosaico do universo criativo do autor, a obra ainda inclui uma pitada de fantástico, o que lhe dá um sabor exótico.
Semelhante a outros romances de Verissimo, Incidente em Antares tem um caráter panorâmico, onde uma vasta galeria de personagens vivencia os problemas de nosso tempo num microcosmo criado com visível deleite pelo escritor gaúcho.


Dona Quitéria ergue-se, depois de dar duas palmadinhas consoladoras no ombro do suicida, e diz em voz alta, como quem se dirige a uma assembléia:
- Precisamos fazer alguma coisa!
Cícero Branco congrega os outros seis cadáveres:
- Companheiros, não é por estar morto que vou deixar de ser o que fui em vida: um advogado. Estive arquitetando um plano...
- Fale! - ordena Dona Quitéria.
- Qual é o nosso objetivo? O de sermos sepultados dignamente, como é de nosso direito e de hábito, numa sociedade cristã.
- O doutor falou pouco mas bem! - exclamou Pudim de Cachaça.
- Escutem com a maior atenção. Você aí, Joãozinho, aproxime-se e escute também. A idéia é simples. Amanhã pela manhã marcharemos todos sobre a cidade para protestar...
- Uma greve contra os grevistas! - entusiasma-se Dona Quitéria.
- Se o fim da marcha é esse - intervém Barcelona -, não contem com este defunto.
- Espere - diz o advogado, tocando o braço do sapateiro. - Usemos de todas as nossas armas. Primeiro, a nossa condição de mortos. Sejamos mais vivos que os vivos.
- Como?
- Impondo à população de Antares a nossa presença macabra. Se não nos enterrarem dentro do prazo que vamos impor, empestaremos com a nossa podridão o ar da cidade.
- Que coisa horrorosa, doutor! - diz Erotildes, ajeitando os cabelos num gesto faceiro.
- Por que não se põe em votação a proposta do Dr. Cícero? - pergunta o sapateiro.
- Bom - faz o advogado. - Não direi que aqui em cima estejamos numa democracia. Imaginemos que isto é uma... uma tanatocracia. (E os sociólogos do futuro terão de forçosamente reconhecer este novo tipo de regime.) Preciso saber se todos vocês me aceitam como advogado, caso em que terão de me passar uma procuração verbal para eu agir em nome do grupo.
Dona Quitéria sacode a cabeça num movimento afirmativo. Erotildes, Pudim e Menandro a imitam. Barcelona, porém, hesita:
- Primeiro quero conhecer melhor o plano.
- Simples. Descemos juntos pela Rua Voluntários da Pátria ruma da Praça da República. Lá nos dispersaremos, cada qual poderá voltar à sua casa... Para isso teremos algumas horas. O essencial (prestem a maior atenção!) é que quando o sino da matriz começar a dar as doze badaladas do meio-dia, haja o que houver, todos devem encaminhar-se para o coreto da praça, sentar-se nos bancos em silêncio e ficar à minha espera.
- E que é que você vai fazer? - quer saber João Paz.
- Vou primeiro à minha casa buscar uns papéis importantes... Depois me dirigirei à residência do prefeito para lhe entregar um ultimato verbal... ou nos enterram dentro do prazo máximo de vinte e quatro horas ou nós ficaremos apodrecendo no coreto, o que será para Antares um enorme inconveniente do ponto de vista higiênico, estético... e moral, naturalmente."

terça-feira, 9 de março de 2010

Harry Potter






OK já vos estou mesmo a ouvir dizer que estou a escrever sobre livros que já "passaram de moda" livros que toda a gente (ou quase toda a gente) já leu. Pessoalmente conheço três ou quatro pessoas - com hábitos de leitura - que ainda não os leram.
A verdade é que, como eles (os que não leram) eu estava um pouco reticente em lê-los, talvez precisamente pelo imenso sucesso que os livros tiveram. Ao contrário da maioria das pessoas eu não costumo avaliar um livro pelo sucesso de vendas. E temos bons exemplos disso (Dan Brown, Margarida Rebelo Pinto, Paulo Coelho...).
A verdade é que com pouco para ler em casa comecei a ler os exemplares do meu irmão e confesso uma coisa: Estou a gostar!!??!! mas com alguns reparos os três primeiros livros (na minha opinião) não justificaram o sucesso que a autora alcançou. A gente até podia dizer que sendo uma série o primeiro serve para apresentar as personagens ok, de acordo mas e os outros dois? É que só a partir do final do quarto livro é que a história ganha algum fôlego e interesse e isso é o mesmo que dizer que a autora gastou os três primeiros livros quase para nada.
E a história soa a algo que já li ou vi em qualquer lado e agora não me lembro. Mas não se pode dizer que seja original.
Mas mesmo assim vai dando para passar o tempo e é apesar de tudo uma leitura agradável.

Não é uma obra-prima (de todo)... não justifica a loucura que se gerou em torno dos livros (uma excelente manobra publicitaria)... mas dá para ler...