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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Em nome da terra Vergílio Ferreira

Sou há muitos anos fã deste que foi um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos.
Vergílio Ferreira:

Este em nome da Terra, publicado pela primeira vez em 1990 foi um dos seus últimos romances e talvez o mais conseguido... sem dúvida um dos melhores do autor.

O romance é uma espécie de longa carta escrita por um juiz à mulher que amou.
Querida. Veio-me hoje um vontade enorme de te amar. E então pensei: vou-te escrever. Mas não te queria amar no tempo em que te lembro.. Quero-te amar antes, muito antes.
Mas mais do que uma longa carta de amor este livro é um poema sobre o corpo e a forma como ele se degrada e envelhece [Tenho nas mãos a memória do teu corpo, do boleado doce do teu corpo. As pernas, os seios, deixa-me encher as mãos outra vez. O fio ardente da tua pele. A face. Mal te vejo os olhos, mas o teu olhar cai sobre mim em torrente. Despi-me brusco, deitados os dois na areia, e a fúria, e o limite. E uma só verdade para nós e o universo. Deitados de costas, lemos as estrelas. A paz enorme de horizonte a horizonte. A eternidade. E a necessidade de estarmos lá, para não haver mais nada para fora de nós. Depois erguemo-nos, mergulhámos nas águas.] [Com amor ternura, lavo-te. É o teu corpo sem ti. Mas tenho a memória inteira para te reconstituir ao apelo do meu sofrimento.] e um retrato de vida vista e contada por alguém que vive os últimos dias esquecido por aqueles que amou.

Um romance que me marcou de formas que nem sei explicar...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

“Os Piores Contos dos Irmãos Grim” – Luis Sepúlveda e Mário Delgado Aparaín


Um livro inclassificável,
uma brincadeira delirante,
um atentado à seriedade dos leitores.

Os irmãos Grim – gémeos, na realidade – terão sido dois tipos que passaram pelo Chile e pelo Uruguai sem que deles restasse mais do que retalhos aleatórios das suas vidas e obras, num todo confuso e até boateiro, que os reduziu aos seus piores contos. Por sorte para os amantes das sagas “gauchescas” e da poesia a cavalo, Luis Sepúlveda e Mario Delgado Aparaín conseguiram – com a inestimável colaboração dos Professores Orson C. Castellanos, Segismundo Ramiro von Klatsch e José Sarajevo – assinar a tempo esta crónica temporal que retrata as misteriosas origens e a efémera passagem pelas terras do Sul do mundo dos gémeos Grim, trovadores crioulos, músicos iconoclastas, poetas autodidactas e cantores de uma realidade que, devido à escassa transcendência do seu legado, continua hoje a ser um mistério que subjuga os viajantes.

Trata-se, pois, de uma obra séria – tão séria que, assim esperam os seus autores, só pode levar o infeliz leitor a desfazer-se às gargalhadas.


Eu diria que este livro é uma pequena pérola repleto de ironia e de um humor nonsense...
E o que é mais interessante baseado em factos verídicos - por incrível que possa parecer a quem ler o livro.
Segundo os autores “Os Piores Contos dos Irmãos Grim”, escrito em parceria por Sepúlveda e Aparaín, surgiu depois do autor chileno ter visto uma notícia do início do século XIX sobre dois “payadores” (pessoas que pagavam com cantigas a comida e o alojamento) que tinham sido apupados por uma plateia em fúria numa festa numa fazenda na ponta sul do Chile - até objectos lhes atiraram. Curioso com a história destes irmãos (os tais Grim), Sepúlveda prosseguiu a pesquisa e descobriu que eles embarcaram para o Uruguai, ali mesmo ao lado. Coube então a Aparaín a tarefa de detective e este descobriu, em jornais uruguaios da década de 20, que os dois irmãos se mantiveram activos e com o mesmo resultado: apupos e lançamento de objectos para o palco.
E nada mais se soube deles!
Sepúlveda e Aparaín viram aqui o ponto de partida para concretizar um projecto antigo, um livro escrito a meias. E o resultado é “algo completamente diferente”. Um romance epistolar sobre a vida (imaginada) dos dois irmãos Grim, curiosamente chamados Abel e Caim.
A pretexto dos irmãos Grim muitas histórias são contadas, umas baseadas em factos reais outras pura imaginação dos autores, invariavelmente todas muito divertidas.
Neste romance, assente numa troca de correspondência entre dois estudiosos dos Grim, os professores Segismundo Ramiro von Klatsch, da Patagónia, e Orson C. Castellanos, do Uruguai, cabe todo o tipo de personagens, a maior parte delas inspiradas em figuras reais. Afinal, basta atentar nos seus nomes: Miguel Strogoff, Humberto de las Mercedes Bogart, Juanito Weissmuller, Carloto Heston, Genaro Kelly, Pancho Lancaster, George Bushtamante, entre outros...
Cheio de ritmo, este livro lê-se com imenso prazer, não só pelas gargalhadas que pode proporcionar, mas também pelo gosto de se descobrir a realidade travestida pela ironia implacável de Sepúlveda e Aparaín, que assim conseguem fazer uma implacável crítica social e política que atravessa todo o século XX e entra já no XXI.
“Os Piores Contos dos Irmãos Grim” é um livro muito divertido, mas que pode e deve ser levado a sério. A denúncia, a crítica, a acusação estão presentes, lado a lado com o agradecimento e a homenagem. Tudo muito bem misturado e ainda melhor servido.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Morreu a escritora Matilde Rosa Araújo

Há já muitos anos quando comecei a ler... quando era bem mais pequeno do que sou hoje... houve duas escritoras que fizeram despertar em mim o gosto pela leitura: Alice Vieira e Matilde Rosa Araújo.

E hoje deram-me a noticia que Matilde Rosa Araújo faleceu...


Morreu a escritora Matilde Rosa Araújo
Morreu a escritora Matilde Rosa Araújo, que se destacou com obras para crianças. A notícia foi confirmada pela editorial Caminho, que não adiantou as causas do óbito.
Matilde Rosa Araújo nasceu a 21 de Junho de 1921, e faleceu hoje, terça-feira, aos 89 anos, em casa, em Lisboa.


Destacou-se por uma vida dedicada aos problemas e aos direitos das crianças. Temáticas que se reflectiram na obra de Matilde Rosa Araújo, que abordou a infância em três perspectivas-base: a infância feliz, a infância agredida e a infância como projecto.

Galardoada com o prémio para o melhor livro para a Infância publicado no biénio 1994-1995, atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 1996, ao livro de poemas "Fadas Verdes", tem obra marcante, também, na literatura para adultos, nomeadamente com contos e poesia.

Os mais de 20 livros para crianças que publicou colocam a tónica na obra para os mais novos, o que lhe valeu, ainda, o Grande Prémio de Literatura para Criança da Fundação Calouste Gulbenkian, “ex-aequo” com Ricardo Alberty, em 1980; e o prémio para o melhor livro estrangeiro, com "O Palhaço Verde", atribuído pela associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo, Brasil, em 1991.

Matilde Rosa Araújo recebeu, também, o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em Maio de 2004.

De acordo com fonte da Editorial Caminho, o corpo de Matilde Rosa Araújo será velado hoje, terça-feira, na sede da Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa.

fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=1611665







Ainda guardo os livros dela para os dar à minha filha quando ela aprender a ler... e talvez, tal como aconteceu comigo (e tenho a certeza) com tantos outros, ela descubra através desses livros o prazer da leitura.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

As Crónicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin

No final do ano passado escrevi aqui sobre um livro que é, na minha opinião, um dos melhores livros de fantasia que apareceu nos últimos anos: As Crónicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin.
Na altura ainda só tinha lido o primeiro volume
e dizia que ia nesse dia comprar o segundo... mas estava esgotado quando cheguei nesse dia e esteve esgotado até há quinze dias atrás...
Para evitar acidentes comprei então o segundo volume o quinto e o sexto e deixei o terceiro e o quarto encomendados... (e já me entregaram o terceiro e em principio entregam-me o quarto esta semana - já tenho leitura para as férias).

Deste primeiro volume já falei e não vale a pena insistir muito...

Do segundo podia estar aqui a escrever eternamente é ainda melhor do que o primeiro... agora que já fomos apresentados aos personagens começa a verdadeira acção.

Eddard Stark só aceitou o prestigiado cargo de Mão do Rei para proteger o rei... ou não suspeitasse que o anterior detentor desse título fora mandado assassinar pela rainha. Mas agora Eddard tem a certeza que foi ela. E também sabe a razão: a rainha tem um segredo escabroso que pode levar à queda da dinastia e mesmo à guerra civil!

E como se a conspiração palaciana não bastasse, tudo piora quando o rei Robert Baratheon é ferido mortalmente por um animal numa caçada. Mas a Mão do Rei já desconfia de tudo: terá sido mesmo um animal... ou o trabalho de mais um assassino da rainha? Um homem honrado e justo, Eddard Stark começa a temer ser derrotado pelo ninho de víboras que é a Corte e a Casa Lannister.

Mas a ameaça de guerra civil não é a pior sombra que paira no ar. No norte, para lá da muralha de gelo, uma força misteriosa manifesta-se de maneira sobrenatural. E ainda mais longe, a última herdeira dos Targaryen prepara-se para invadir os Sete Reinos com o maior exército alguma vez visto... e com o auxílio de dragões!



O terceiro (que ainda não acabei de ler) é mais do mesmo - e não é para encarar como um insulto ou uma tentativa de menorizar o excelente trabalho do Autor... Mais do mesmo mas excelente...

Quando um cometa vermelho surge nos céus de Westeros encontra os Sete Reinos em plena guerra civil. Os combates estendem-se pelas terras fluviais e os grandes exércitos dos Stark e dos Lannister preparam-se para o derradeiro embate.

No seu domínio insular, Stannis, irmão do falecido Rei Robert, luta por construir um exército que suporte a sua reivindicação ao trono e alia-se a uma misteriosa religião vinda do oriente. Mas não é o único, pois o seu irmão mais novo também se proclama rei, suportado por uma hoste que reúne quase todas as forças do sul. Para pior as coisas, nas Ilhas de Ferro, os Greyjoy planeiam a vingança contra aqueles que os humilharam dez anos atrás.

O Trono de Ferro é ocupado pelo caprichoso filho de Robert, Joffrey, mas quem de facto governa é a sua cruel e maquiavélica mãe. Com a afluência de refugiados e um fornecimento insuficiente de mantimentos, a cidade transformou-se num lugar perigoso, e a Corte aguarda com medo o momento em que os dois irmãos do falecido rei avancem contra ela. Mas quando finalmente o fazem, não é contra a cidade que investem...

O que os Sete Reinos não sabem é que nada disto se compara ao derradeiro perigo que se avizinha: no distante Leste, os dragões crescem em poder, e não faltará muito para que cheguem com fogo e morte!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A Neblina do Passado de Leonardo Padura

Havana, Verão de 2003. Passaram-se catorze anos desde que o desencantado tenente Mario Conde abandonou a polícia. Durante esse tempo, Cuba sofreu muitas transformações e Mario Conde - agora mais velho e com mais cicatrizes na pele e no coração - ganha a vida com a compra e venda de livros em segunda mão. A descoberta fortuita de uma valiosa biblioteca permite-lhe sonhar com um negócio magnífico, capaz de aliviar as suas dificuldades financeiras. Mas num dos volumes encontrados aparece uma folha de uma revista, na qual uma cantora de boleros dos anos 50, Violeta del Río, anuncia a sua retirada no auge da carreira. Atraído pela sua beleza e pelo seu misterioso afastamento, Conde inicia por sua conta e risco uma investigação que irá trazer à luz um passado turbulento, entaipado há mais de quarenta anos, tal como a fabulosa biblioteca.
Considerado um dos mais significativos representantes da literatura cubana actual, Leonardo Padura regressa com A Neblina do Passado ao convívio com o detective Mario Conde e à crónica literária da vida quotidiana em Cuba. Mas este romance é também uma viagem à vida nocturna e à música da Havana dos anos 50, ao mundo dos livros, e uma espécie de descida ao Inferno do submundo da capital cubana.


« "A Neblina do Passado" tem como pano de fundo a realidade cubana, por vezes fantasmática e trágica, mas aqui confinada aos difíceis anos 90, quando a crise económica fez alastrar a fome. [...] A escrita de Padura assemelha-se a uma deliciosa e sedutora dança caribenha de palavras, capazes de dar corpo às mais belas e poderosas ficções.»
Vítor Quelhas, Expresso

A Neblina do Passado é "uma espécie de romance policial" e meto a expressão entre aspas porque este livro é muito mais do que uma simples história policial. Escrito de forma simples o autor mistura histórias e paixões diversas para construir um livro que se lê de um fôlego...
Um hino... um hino triste e por vezes deprimente quando pinta o retrato da vida nos bairros miseráveis da capital cubana... um hino melancólico quando recorda a Havana dos anos 50 com a sua alegria magia e excessos... um hino à amizade que envolve o personagem principal, Mário Conde, e os seus companheiros trágicos.
Um hino sobretudo aos cubanos que apesar d tudo e contra tudo encontram no dia a dia forças e motivos para continuar a viver e a celebrar.
como um bolero... melancólico e um pouco triste... envolvente... é assim este livro...