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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Medo de Al Berto

Al Berto

Poeta e editor português, de nome completo Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu a 11 de Janeiro de 1948, em Coimbra, e faleceu a 13 de Junho de 1997, em Lisboa. Tendo vivido até à adolescência em Sines, exilou-se, entre 1967 e 1975, em Bruxelas, dedicando-se, entre outras actividades, ao estudo de Belas-Artes. Publicou o primeiro livro dois anos depois de regressar a Portugal.

Em mais de vinte anos de actividade literária, a expressão poética assumida por Al Berto, o pseudónimo do autor, distingue-se de qualquer outra experiência contemporânea pela agressividade (lexical, metafórica, da construção do discurso) com que responde à disforia que cerca todos os passos do homem num universo que lhe é hostil. Trazendo à memória as experiências poéticas de Michaux ou de Rimbaud, é no próprio sofrimento, na sua violenta exaltação, na capacidade de o tornar insuportavelmente presente (nas imagens de uma cidade putrefacta, na obsidiante recorrência da morte e do mal, sob todas as suas formas) que a palavra encontra o seu poder exorcizante, combatendo o mal com o mal. É neste sentido que Ramos Rosa fala de uma "poesia da violência do mundo e da realidade insuportável": "a opacidade do mal ou a agressividade do mundo é tão intensa que provoca um choque e um desmoronamento geral", mas "à violência desta destruição responde o poeta com uma violenta negatividade que é uma pulsão de liberdade absoluta, que procura por todos os meios o seu espaço vital.", sublinhando ainda a forma como esta espécie de "grito de fragilidade extrema e irredutível do ser humano, do seu desamparado infinito, da sua revolta absoluta e sem esperança", se consubstancia, ao nível do estilo, num ritmo "ofegante, precipitado, como um assalto contínuo feito de palavras tão violentas como instrumentos de guerra" (cf. ROSA, António Ramos - A Parede Azul. Estudos Sobre Poesia e Artes Plásticas, Lisboa, Caminho, 1991, pp. 120-121). No domínio editorial, a sua actividade pautou-se pela isenção e certa ousadia relativamente às políticas comerciais livreiras dominantes.
Inicialmente seguindo uma estética surrealizante de temática erótica, em O Anjo Mudo (1993) funde prosa e poesia, exprime intertextualidades, numa viagem marginal e purificadora. A quase totalidade da sua obra poética encontra-se coligida em O Medo.
Foi galardoado com o Prémio Pen Club de Poesia em 1987.

E é este O Medo que eru deixo como sugestão.
Uma colecção de alguns dos melhores poemas escritos em português nos últimos anos. Um trabalho simplesmente magnifico...

Dizem que a paixão o conheceu


dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nunhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos



Horto

homens cegos procuram a visão do amor
onde os dias ergueram esta parede
intransponível

caminham vergados no zumbido dos ventos com os braços erguidos - cantam

a linha do horizonte é uma lâmina
corta os cabelos dos meteoros - corta
as faces dos homens que espreitam para o palco
nocturno das invisíveis cidades

escorre uma linfa prateada para o coração dos cegos
e o sono atormenta-os com os seus sonhos vazios

adormecem sempre
antes que a cinza dos olhos arda
e se disperse

no fundo do muito longe ouve-se
um lamento escuro
quando a alba se levanta de novo no horto
dos incêndios

prosseguem caminho
com a voz atada por uma corda de lírios
os cegos
são o corpo de uma fogo lento - uma sarça
que se acende subitamente por dentro

Sida

aqueles que têm nome e nos telefonam
um dia emagrecem - partem
deixam-nos dobrados ao abandono
no interior duma dor inútil muda
e voraz

arquivamos o amor no abismo do tempo
e para lá da pele negra do desgosto
pressentimos vivo
o passageiro ardente das areias - o viajante
que irradia um cheiro a violetas nocturnas

acendemos então uma labareda nos dedos
acordamos trémulos confusos - a mão queimada
junto ao coração

e mais nada se move na centrifugação
dos segundos - tudo nos falta
nem a vida nem o que dela resta nos consola
a ausência fulgura na aurora das manhãs
e com o rumor do corpo a encher-se de mágoa

assim guardamos as nuvens breves os gestos
os invernos o repouso a sonolência
o vento
arrastando para longe as imagens difusas
daqueles que amámos e não voltaram
a telefonar

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Memórias de um Pinga-Amor de Grouxo Marx

“Este livro foi escrito durante as longas horas em que esperei que a minha mulher se vestisse para sairmos. E se ela nunca se tivesse vestido, este livro nunca teria sido escrito.”



Julius Henry Marx (2 de Outubro, 1890 - 19 de Agosto, 1977) foi um actor americano que ficou mais conhecido como Groucho Marx um dos famosos Irmãos Marx foi protagonista de 26 filmes 13 dos quais com os seus irmãos: Leonard (Chico Marx), Milton (Gummo Marx), Arthur (Harpo Marx).
Este livro: Memórias de um Pinga-Amor foi escrito em 1963 e contem algumas pérolas do género das que transformaram os Irmãos Marx num dos mais bem sucedidos grupos de humor de todos os tempos.

Em tempos ele terá dito - e o grande problema com as citações de Grouxo Marx é que ele disse noutra ocasião: Podem citar-me desde que digam que me citaram mal.”- “A likely story — and probably true”.(Uma hisória provável – e provavelmente verdadeira.) e é o que se passa com as histórias que ele vai contando neste livro algumas até podem ser verdadeiras.

Na verdade a maioria das histórias são momentos de puro disparate, do humor feroz e por vezes ofensivo que caracterizou Grouxo Marx:

- Nunca esqueço uma cara, mas para si vou abrir uma excepção.
- Você é a mulher mais bela que vi em toda a minha vida… o que não abona muito em meu favor. - Ele pode parecer um idiota e até comportar-se como um idiota. Mas não se deixe enganar – ele é mesmo um idiota!

Li este livro pela primeira vez já lá vão mais de quinze anos e de cada vez que o leio continuo a rir-me como da primeira vez que o li.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pela Estrada Fora de Jack Kerouac

“Para onde ides vós, América, no vosso automóvel a cintilar pela noite fora?”


Vibrante...

Cheio de vida e cor...

Um retrato vivido de uma geração...


«Para as adolescentes, ele foi o poeta louco, o primeiro amor que nunca esqueceram, com a sua conversa sobre boleias em comboios de carga e carros, estrada fora. Kerouac criou um herói de estilo moderno em Pela Estrada Fora; inventou a Geração Beat, originou um estilo de viver e um estilo de escrever.»
The Guardian

O livro conta as viagens de Sal Paradise pelas estradas da America nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial na companhia do amigo Dean Moriarty. São páginas repletas de noites loucas... de alcool... de excessos... e de jazz muito jazz.
Da Costa Leste à Costa Oeste... de Norte a Sul os personagens loucos que habitam este livro percorrem as estradas americanas em busca de algo que nunca encontram...
Mais do que um romance é uma história dos fundadores do movimento Beat:
Neal Cassady transformouse em Dean Moriarty, Allen Ginsberg em Carlo Marx, William Burroughs em Old Bull Lee, e o próprio Kerouac em Sal Paradise.

"Para onde ides vós, América, no vosso automóvel a cintilar pela noite fora?” É a pergunta que a páginas tantas um dos personagens (Carlo Marx) faz e é uma pergunta que fica por responder.

Um romance que marcou toda uma geração.
Um livro magnifico...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Terceiro Reich de Roberto Bolaño

Udo Berger, que sempre quis ser um grande escritor, mas que tem de se conformar em ser o campeão de "jogos & estratégia de guerra em Stuttgart", decide ir ao Hotel del Mar, na Costa Brava catalã, com a sua nova namorada, Ingeborg (nome de uma das personagens de 2666). O objectivo é treinar-se para participar num novo jogo de estratégia, justamente Terceiro Reich, e preparar-se para ganhar um torneio internacional. Eles compartilham as suas férias com um outro casal alemão, Charlie e Hanna, até que o primeiro destes desaparece misteriosamente depois de se cruzar com dois sinistros personagens que também levantam suspeitas junto das autoridades locais: «O Lobo» e «O Cordeiro». Entretanto, Udo Berger é perseguido por um detective estranho e sombrio e, atormentado por essa perseguição sem sentido, acaba por entrar em delírio com a "paisagem surreal da Costa Brava". Tudo isto acontece quando entra num jogo de vida ou morte com um personagem enigmático e de rosto desfigurado, El Quemado. Uma autêntica sinfonia de literatura, política, divertimento surreal, absurdo. Gozo puro.

Surreal...? Absurdo...?
Talvez sim. Mas com a capacidade de prender o leitor de o fazer mergulhar na história e nos personagens nos ambientes... Conseguimos sentir as angustias do personagem como se fossem as nossas e isso poucos escritores conseguem...
Talvez não tenha a qualidade de 2666 como já li e ouvi dizer mas é ainda assim um excelente romance - um dos melhores que li nos últimos tempos...