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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Berlim Alexanderplatz Alfred Döblin

Berlim, década de 1920. Um cidadão, após cumprir pena durante quatro anos por assassinato, vê-se livre para começar uma nova vida. No entanto, a única convicção que Franz Biberkopf - personagem central desta obra - tem é a de tornar-se e manter-se decente. No início, guiado por esse forte sentimento, ele consegue andar no caminho do bem - até que algo acontece, ele não sabe dizer o quê, e a sua vida acaba seguindo um rumo diferente, mais adverso.
Uma obra em que a expressão do sentimento tem mais valor do que a razão. E o sentimento da época era o de uma nação derrotada e humilhada, o que contribuiu para que Alfred Döblin desse voz a esse desafortunado personagem.
Berlin Alexanderplatz é dividido em nove “livros” que descortinam a história do pobre Franz, da cadeia ao sanatório. Transitando por uma Berlim coalhada de proletários e malandros, o grandalhão Franz trabalha como operário e com o transporte de móveis, perambula pelas ruas, vende jornais, explora mulheres, bebe em quantidades industriais. E a cidade que Döblin vai descrevendo é ela mesmo e a par de Franz protagonista da história. Revelada sob muitos e diferentes aspectos a voz dos narradores a manchetes de jornais, placas, anúncios, canções populares…

Berlim Alexanderplatz, a obra-prima de Alfred Döblin, é porventura o mais importante contributo alemão para o «romance da grande cidade», palco das vivências típicas das sociedades industrializadas do século XX. E é, além disso, uma referência fundamental para os admiradores do romance modernista, situando-se ao nível de um Manhattan Transfer, de John dos Passos, ou de um Ulisses de James Joyce.

O romance foi adaptado duas vezes ao cinema, em 1931 e de novo em 1980, por Rainer Fassbinder.

Berlim Alexanderplatz aparece em inúmeras listas como um dos 100 livros mais importantes de sempre.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O planalto e estepe Pepetela

Há já alguns meses que queria falar aqui deste livro - desde que o Mário (quem mais?) mo emprestou... era para ter sido a minha primeira postagem neste blogue mas, por um motivo ou por outro fui adiando. Até que há uns dias o encontrei numa livraria, comprei e reli... e tornei a adorar!!!!!!!



Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela, (Benguela, 29 de Outubro de 1941) é um escritor angolano. A sua obra reflecte sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de descendência portuguesa, lutou juntamente com MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem: Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptico, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.

Do encontro entre um estudante angolano e uma jovem mongol, nos anos 60, em Moscovo, nasce um amor proibido.
Baseada em factos verídicos, ficcionados pelo autor, esta história põe em evidência a vacuidade de discursos ideológicos e palavras de ordem, que se revelam sem relação com a prática. Política internacional, guerra, solidariedade e amor, numa rota que liga um ponto perdido de África a outro da Ásia, passando pela Europa e até por Cuba. Uma viagem no tempo e no espaço, o de uma geração cansada de guerra num mundo cada vez mais pequeno. Maravilhoso e comovente, este é um romance sobre o triunfo do amor, contra todas as vontades e todas as fronteiras.

O livro acompanha a vida de Júlio desde a infância na Huíla até aos últimos dias em Luanda. A história atravessa uma infinidade de cenários (Angola, Portugal, Rússia Mongólia, Cuba...) sem nunca perder o ritmo e a beleza... mais do que um romance este livro é um magnifico poema em prosa... (se é que isso existe)

«Os olhos dele continham o céu Planalto.
Na Huíla, Serra da Chela, Dezembro, quando o azul mais fere.
Nos olhos dela estavam gravadas suaves ondulações da estepe mongol. Tons sobre o castanho.
Entremos primeiro no azul.»







A narrativa, com base em factos verídicos, conta a história de Júlio, um estudante angolano, e de Sarangerel, uma jovem mongol de famílias importantes. Os dois conhecem-se em Moscovo, na Rússia, durante os anos 60, e o seu amor impossível e incompreendido servirá de suporte a toda a história. A conotação política e histórica é igualmente transmitida pelo texto, ao longo dos vários capítulos, ficando patente o vazio dos discursos ideológicos. As personagens aprenderão, na primeira pessoa, que as palavras de ordem não têm, assim, qualquer relação com a vida prática, em particular com o seu drama pessoal. De que podem ser úteis as ideologias quando o indivíduo vê as suas necessidades individuais limitadas por causa dos próprios ideais?

Um livro para ler, reler e guardar para sempre...

terça-feira, 20 de abril de 2010

O Outono em Pequim Boris Vian


Há uns anos li um livro que me fez descobrir este senhor. O livro chamava-se: "A Espuma dos Dias" e logo no prefácio deparei-me com esta pequena pérola: «Só existem duas coisas: o amor de todas as maneiras, com raparigas belas, e a música de Nova Orleães ou Duke Ellington. O resto deveria desaparecer, porque o resto é feio (...)»
depois li tudo o que consegui encontrar dele (As Formigas, Irei cuspir-vos nos Túmulos,...) mas durante anos faltou-me este excelente "O Outono em Pequim" até agora!!!




Primeiro: não se deixem enganar pelo titulo - a história nem se passa em Pequim nem no Outono...
Segundo: confesso que nem sei bem como definir o estilo deste livro... Faz-me pensar em alguns quadros surrealistas que conheço




"O Outono em Pequim" é uma sequência absolutamente descabida, caótica, aleatória, absurda e genial de acontecimentos, (perdoe-se o uso e abuso dos adjectivos) que têm tanto de surpreendentes como de inconcebíveis, pelo menos até ao ponto em que o próprio Vian decide dar um pouco de coerência ao jorro criativo e escrever uma história. Aliás, quando o autor decide "organizar" a história e dar-lhe uma "sequência lógica", surge um aviso ao leitor, para que este fique devidamente prevenido. Para quem já conhece Vian, tal não é de estranhar. Para quem não conhece, não há nada a temer, o seu mundo absurdo funciona mesmo assim, com uma atitude mista de provocação e ingenuidade. E é claro que a "lógica" e a "coerência" de Vian são ... no mínimo originais e muito próprias...


Ao contrário do que o título possa indicar, esta história não se passa no Outono nem em Pequim, mas no imaginário deserto da Exopotâmia, onde um estranho Sol emite raios negros e um grupo de pessoas bastante original tenta construir uma estação de comboios com vias-férreas que levam a lado nenhum. Num cenário onde reinam o ilógico, o absurdo e o improvável, Vian, misturando um fantástico humor com uma desigual quantidade de náusea, introduz várias personagens excêntricas, tais como os melhores amigos Ana e Ângelo, ambos engenheiros, e Rochela, que se apaixona pelo primeiro, e se torna sua amante, enquanto Ângelo está loucamente apaixonado por ela. Além deste trio, deparamos ainda com o doutor Manjamanga, o arqueólogo Atanágoras Porfirogénito e Pipa, o dono do hotel, entre outros - todos eles num lugar que se assemelha a "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, onde existe um matiz negro e tudo é possível, excepto a felicidade.

e já agora outras citações do senhor:
- O trabalho é o ópio do povo, e eu não quero morrer drogado
- Se nos lembrarmos melhor dos bons momentos, para que servem os maus?

"Levar uma pancada na cabeça não é nada. Ser drogado duas vezes seguidas na mesma noite é desagradável mas vá lá... Mas sair para apanhar ar e acordar num quarto desconhecido com uma mulher, os dois com a roupa de Adão e Eva, isso é que já é um bocado forte de mais." (Morte aos Feios)


Sobre o autor:
Boris Paul Vian (Ville-d'Avray, 10 de Março de 1920 — Paris, 23 de Junho de 1959), foi um engenheiro, escritor, e cantautor francês, identificado com o movimento surrealista e ao anarquismo enquanto filosofia política.
Nascido em Ville-d'Avray, na Ilha-de-França, em 10 de Março de 1920, fez o ensino liceal, em Paris, onde estudou principalmente línguas (latim, grego e alemão). Foi admitido na École Centrale des Arts et Manufactures, em 1939, onde se diplomou em Engenharia Mecânica, em 1942.
Levou sempre uma vida boémia, vindo a construir um percurso multifacetado, da literatura à música. Esteve empregado na firma AFNOR, de onde foi despedido pelos conflitos com os seus superiores, a quem corrigia constantemente erros ortográficos, episódios retratados no romance Vercoquin et le plancton (1947). Antes disso já havia publicado, em 1944 e 1945, sob os pseudónimos Bison Ravi e Hugo Hachebuisson.
Assinou peças de teatro, contos literários, letras musicais e romances, entre os quais se destaca A Espuma dos Dias (1947) considerada por muitos a sua obra-prima. Com uma atitude por vezes surrealista, Vian procurou que a sua escrita transmitisse a capacidade que a língua tem de apresentar um mundo imaginário mais real e revelador do que a rotina da vida normal, diária e banal.
A sua doença obrigou-o a deixar de tocar jazz, depois de ter sido, na década de de 1930, trompetista no Hot Club de França. Os últimos anos da sua vida foram passados na dependência de medicação, vindo a morrer por insuficiência cardíaca, depois de um ataque de coração, ocorrido quando via a adaptação do seu livro Irei Cuspir-vos nos Túmulos, no Cinema Marbeuf.
fonte: Wikipedia

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Winesburg, Ohio de Sherwood Anderson

Antes de mais uma confissão sobre este livro: há uns anos atrás, quando estava na faculdade, este livro fazia parte da bibliografia de Literatura Norte-Americana e apesar de ter feito a cadeira com quinze valores nunca peguei neste livro... (é talvez triste dizê-lo mas nunca li tão pouco como quando estava a fazer o curso de línguas e literatura...) e quando um primo resolveu tirar o mesmo curso para desemprego que eu, ofereci-lhe o livro.
Aqui há dias tropecei nele numa livraria e resolvi finalmente lê-lo.

E nem sei bem como defini-lo não é um romance nem tão pouco um conjunto de contos... um conjunto de 21 histórias com dois pontos em comum o narrador (George Willard, um repórter do jornal local a quem os habitantes da povoação confidenciam as suas esperanças, sonhos e medos.) e o cenário: uma pequena cidade Winesburg, Ohio...
Um livro ao mesmo tempo duro e cru e profundo... uma pequena maravilha.

"Winesburg, Ohio" é um vivo retrato de uma pequena povoação da América profunda. O fio condutor da narrativa é o jovem George Willard, um repórter do jornal local a quem os habitantes da povoação confidenciam as suas esperanças, sonhos e medos. Com uma escrita tão depurada como sensível, Anderson mostra-nos a vida íntima de figuras estranhas e comoventes marcadas pelo desassossego e pela solidão. Winesburg, Ohio é considerada uma obra de referência da narrativa norte-americana e o quilómetro zero de onde partem, entre muitos outros, Hemingway, Faulkner, Cheever, Carver e Updike.
«...muito perto da ingenuidade do tradicional contador de histórias: o seu estilo é seco, simples...»
José Riço Direitinho, Público, ípsilon

«...cronista de vidas humildes, mas que ele eleva...a uma singular dignidade.»
José Riço Direitinho, Público, ípsilon

«...obra-prima que entrelaça 21 narrativas curtas...na descrição modernista de um desfile de homens e mulheres saídos de um quotidiano banal, mas emoldurados por uma onírica parábola ao grotesco.»
Filipa Melo, revista LER

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Nostromo de Joseph Conrad


Nostromo (1904) é um romance grandioso.
Situa-se em Costaguana, um local imaginário situado na costa ocidental da América Latina. Simbólico e realista, todo o romance é dominado pela prata da mina de SanTomé e pelas suas consequências nas vidas de um conjunto de personagens. Este tesouro atrai homens gananciosos que impõem ao país uma sucessão de tiranias, e põe à prova e acaba por corromper homens venerados pelos seus elevados princípios morais. Apesar de já ter mais de 100 anos, esta obra revela tanto da América Latina contemporânea como qualquer um dos apurados relatos da turbulenta vida política daquela região. Com uma impressionante narrativa, espectacular na recriação da paisagem subtropical, Nostromo retrata uma sociedade em rebelião, e as oportunidades que as convulsões políticas e sociais oferecem à corrupção reflectem-se em cada página.


Como quase todas as histórias de Conrad sentimo-nos transportados aos locais que descreve como ninguém. E como em quase todas as histórias de Conrad sentimos as dúvidas as angustias e todos os sentimentos dos personagens que ele criou.
Alguém definiu este livro (e outros do autor) como um livro "pessimista". Não consigo concordar considero Conrad um retratista fiel do seu tempo e da alma humana e por mais negros que sejam os cenários que cria ele deixa sempre uma porta aberta para algo melhor (mesmo que por vezes não esteja bem à vista).

«...um portentoso romance político, uma ficção sobre a História enquanto ficção, invenção de sentidos, sobre ilusões individuais, ideológicas e revolucionárias num mundo crescentemente sobredeterminado por poderes económicos supranacionais e, por assim dizer, a-políticos. É um romance sobre o início da globalização imperialista do capitalismo liberal.»
Público, ípsilon online