Pesquisar neste blogue

Etiquetas

Mario Vargas Llosa (7) romance histórico (6) Bernard Cornwell (5) Chuck Palahniuk (5) Christopher Moore (4) Erico Veríssimo (4) Haruki Murakami (4) Carlos Ruiz Zafón (3) Deana Barroqueiro (3) George R. R. Martin (3) SALMAN RUSHDIE (3) Amin Maalouf (2) Antoine de Saint-Exupéry (2) Arturo Pérez-Reverte (2) José Luís Peixoto (2) Luis Sepúlveda (2) Prémio Nobel da literatura (2) Richard Zimler (2) Roberto Bolaño (2) Robin Hobb (2) Stieg Larsson (2) crónicas saxónicas (2) 1Q84 (1) 2666 (1) A Balada do café Triste (1) A Cidade e os Cães (1) A Cruz Amarela (1) A Demanda da Reliquia (1) A Desilusão de Deus (1) A Festa do Chibo (1) A Floresta dos Espíritos (1) A Guerra do Fim do Mundo (1) A Historia de Mayta (1) A IGNORÂNCIA DO SANGUE (1) A Neblina do Passado (1) A Rainha no Palácio das Correntes de Ar (1) A Rapariga que Sonhava com Uma Lata de Gasolina e Um Fósforo (1) A SOMBRA DO VENTO (1) A Saga do Assassino (1) A SÍNDROME DE ULISSES (1) A Valsa do Adeus (1) A conspiração contra a América (1) A guerra dos tronos (1) A tia Julia e o Escrevedor (1) A tábua de Flandres (1) AUTOBIOGRAFIA PELOS MONTY PYTHON (1) Al Berto (1) Alfred Döblin (1) Alice do outro lado do espelho (1) Alice no país das maravilhas (1) Alison Croggon (1) Ambrose Bierce (1) Angelologia (1) As Crónicas de Gelo e Fogo (1) As cruzadas vistas pelos Arabes (1) Auto-de-Fé (1) Auto-retrato do escritor enquanto corredor de fundo (1) Baudolino (1) Berlim Alexanderplatz (1) Bill Willingham (1) Boris Vian (1) CRISTOVÃO COLOMBO O ÚLTIMO DOS TEMPLÁRIOS (1) Caim (1) Carson McCullers (1) Chuck Palahniuk Jean-Christophe Grangé (1) Cidadela (1) Cinza e Poeira (1) Clarissa (1) Clube de combate (1) Confia em Mim (1) Cordeiro - O Evangelho Segundo Biff o amigo de infância de Jesus Cristo (1) Correcção à postagem anterior (D. Sebastião e o Vidente) (1) Corrida contra a morte (1) Cronicas do Senhor da Guerra (1) Crónica do passaro de corda (1) D. Sebastião e o Vidente (1) Dacre Stoker (1) Danielle Trussoni (1) Dança Dança Dança (1) Diário (1) Dostoievski (1) Douglas Adams (1) Drácula - O Morto-Vivo (1) Elias Canetti (1) Elizabeth Kostova (1) Em nome da terra (1) Emily Bronte (1) Excalibur (1) FABLES - FÁBULAS LENDAS NO EXILIO (1) Fernando Assis Pacheco (1) Firmin (1) Furia Divina (1) Gore Vidal (1) Grouxo Marx (1) Harlequin (1) Harry Potter (1) Historias daqui e dali (1) Histórias Amorais Para Crianças e Animais (1) Imperio (1) Incidente em Antares (1) Invasores Terrestres (1) Inéditos (1) J.K. Rowling (1) JOHN DOS PASSOS - MANHATTAN TRANSFER (1) JOSH BAZELL (1) JOÃO PAULO OLIVEIRA E COSTA (1) JULIO MAGALHÃES (1) Jack Kerouac (1) Jeaan Christophe Grangé (1) Jeff Abbott (1) Jesus o Bom e Cristo o Patife (1) John Steinbeck (1) Joseph Conrad (1) José Carlos Ary dos Santos (1) José Rodrigues dos Santos (1) José Saramago (1) João Diogo Zagalo (1) João Ubaldo Ribeiro (1) Lan Medina (1) Leonardo Padura (1) Lewis Carroll (1) Lidia Jorge (1) Livro (1) Luis Fernando Verissimo (1) Luka e o Fogo da Vida (1) Lullaby - canção de embalar (1) MARK BUCKINGHAM (1) MONTY PYTHON (1) Marina (1) Matilde Rosa Araújo (1) Matthew Pearl (1) Memórias de um Pinga-Amor (1) Milan Kundera (1) Minha Besta (1) Monstros Invisíveis (1) Morreu José Saramago (1) Mário Delgado Aparaín (1) Mário de Carvalho (1) Música ao Longe (1) Nenhum Olhar (1) Norman Mailer (1) Nostromo (1) O Albatroz Azul (1) O Cais das Merendas (1) O Clube Dumas (1) O Clube dos Anjos (1) O Deus das Moscas (1) O Dom - As Crónicas de Pellinor Livro I (1) O Graal (1) O IMPÉRIO DOS PARDAIS (1) O Inimigo de Deus (1) O Medo (1) O Monte dos Vendavais (1) O Outono em Pequim (1) O Regresso do Assassino (1) O Rei do Inverno (1) O Restaurante no Fim do Universo (1) O Resto é Silêncio (1) O Romance da Bíblia (1) O Silmarillion - Contos inacabados de Numenor e da Terra Média - Tolkien (1) O Sonho do Celta (1) O Terceiro Reich (1) O ULTIMO CABALISTA DE LISBOA (1) O Vagabundo (1) O clube de Dante (1) O espião de D João II (1) O jogo do anjo (1) O planalto e estepe (1) O Último Suspiro do Mouro (1) OS RETORNADOS - UM AMOR NUNCA SE ESQUECE (1) OS VERSÍCULOS SATÂNICOS (1) Obra Poética (1) Os Anagramas de Varsóvia (1) Os Gropes (1) Os Homens Que Odeiam as Mulheres (1) Os Jardins da Luz (1) Os Ladrões de Cisnes (1) Os Nus e os Mortos (1) Os Piores Contos dos Irmãos Grim (1) PEREGRINAÇÃO DE ENMANUEL JHESUS (1) Pastagens do Céu (1) Pedro Rosa Mendes (1) Pela Estrada Fora (1) Pepetela (1) Philip Pullman (1) Philip Roth (1) Primo Levi Se isto é um homem A trégua Os que sucumbem e os qu se salvam (1) RUGGERO MARINO (1) Recordações da casa dos mortos (1) Rei Artur (1) Renato Carreira (1) René Wais (1) Richard Dawkins (1) Robert Silverberg (1) Robert Wilson (1) SANTIAGO GAMBOA (1) Sam Savage (1) Sherwood Anderson (1) Sobrevivente (1) Sonho Febril (1) Stonehenge (1) Sugestões de Natal (1) Terra em Chamas (1) Tom Sharpe (1) Tom Wolfe; Salman Rushdie (1) Trabalhos e Paixões de Benito Prada (1) Um Lugar ao Sol (1) Um acontecimento na ponte de Owl Creek (1) Um deus passeando pela brisa da tarde (1) Umberto Eco (1) Vergílio Ferreira (1) Will Ferguson (1) William Golding (1) Winesburg Ohio (1) Yrsa Sigurdardóttir (1) a canção da espada (1) conversa na catedral (1) o anjo mais estupido (1) o bobo (1) o cavaleiro da morte (1) o último reino (1) os meus primeiros anos Winston Churchill (1) os senhores do norte (1) À Boleia Pela Galáxia (1)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Algumas sugestões de prendas para o Natal

Na minha opinião a melhor história de Natal alguma vez escrita.

O verdadeiro clássico instantâneo.



Uma história de Natal que mistura cenas de sexo, zombies, morcegos que falam e um anjo idiota como uma porta só pode ser hilariante...



Uma prenda bem no espírito da época.





O ULTIMO CABALISTA DE LISBOA é um livro com alguns anos... mas ainda assim um dos melhores romances históricos que tive a oportunidade de ler.



E é apenas o primeiro de uma série que inclui : "GOA OU O GUARDIÃO DA AURORA"; "MEIA-NOITE OU O PRINCÍPIO DO MUNDO"; "A SÉTIMA PORTA"

Não é, de todo, uma história de Natal mas é um livro excelente (toda a série o é) e é - em minha opinião - uma excelente prenda de Natal.












Um livro de um autor que descobri recentemente e que promete dar que falar. Este "A SOMBRA DO VENTO", tal como o livro que sugeri anteriormente nada tem de natalício mas é um dos melhores livros que tive o prazer de ler nos últimos tempos (tal como "O JOGO DO ANJO" o seu mais recente romance).

Uma história que mistura mistério, literatura e uma Barcelona como nenhum romancista foi alguma vez capaz de mostrar.

Amizades, amor, ódios e intriga tudo em redor de um livro e do seu autor.







Dos livros que já li de Haruki Murakami este é, talvez, o mais desconcertante e sem dúvida alguma aquele que mais me prendeu.
Mais até do que o famoso "KAFKA À BEIRA MAR" (e esse é excelente)!
É apenas mais uma excelente sugestão para prendas para o Natal








E para terminar um livro que nos conta a história de um jovem nos anos que antecederam a entrada dos EUA na II Guerra Mundial e do seu percurso pelos estados do interior dos EUA nos anos da grande depressão na companhia de um casal de vigaristas que lhe vão ensinando todos os truques e segredos da sua "profissão".
Mais um livro que nada tem de natalício mas que é uma prenda excelente...
São só algumas sugestões (e, para quem me conhece, já os li a todos [tenho-os a todos] por isso pensem noutros)....
;)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A GUERRA DO FIM DO MUNDO A CIDADE E OS CÃES

Dizer que Vargas Llosa é um dos melhores escritores da actualidade é pouco.
Inovador... por vezes polémico, Llosa é um contador de histórias e desenvolveu como ninguém a arte superior de fundir em torno de uma mesma história vários enredos secundários que se fundem na narrativa central.

"A guerra do fim do mundo" é uma história baseada em factos reais acontecidos no Brasil nos finais do SEC. XIX. Misturando personagens reais e de ficção, Llosa conta-nos a história da revolta de Canudos vista de diferentes ângulos e da perspectiva de diferentes personagens.
A escrita é como de costume magistral




Já no seu romance de estreia "A cidade e os cães" Llosa atinge a perfeição no que diz respeito à fusão das diferentes perspectivas da história.
Passado no Colégio Militar Leoncio Prado, a história acompanha o percurso de um grupo de cadetes ao longo do curso naquela instituição.

Por um lado temos a perspectiva de Boa que nos vai contando episódios dos primeiros anos no Colégio (numa primeira fase) e da vida no mesmo colégio nos últimos dias do curso.
Depois temos a personagem do Poeta que nos dá ao mesmo tempo a visão do Colégio e da vida fora dele antes e durante o tempo em que está no Colégio.
Dos personagens Escravo e Jaguar temos apenas a visão do que foi a vida deles antes de entrarem no Colégio.
E temos ainda, por vezes, a visão do Tenente Gamboa que nos mostra o mundo dos oficiais do Colégio.

O que torna esta obra inigualável é a mestria com que o Autor passa de uma perspectiva a outra sem perder o fio da narrativa e sem confundir o leitor.

Embora tanto "A Guerra do Fim do Mundo" como "Conversa na Catedral" sejam considerados os melhores romances de Vargas Llosa, para mim este livro continua a ser o melhor dele. Talvez por ter sido o primeiro que li dele, aquele que me fez descobrir o Autor. Não sei!
De alguma forma este livro marcou-me. E isso num livro é o mais importante.




segunda-feira, 3 de novembro de 2008

conversa na catedral Mario Vargas Llosa


Se há autor que eu sempre admirei e adorei, esse autor é Mário Vargas Llosa. É extremamente difícil pra mim escolher (apenas) um livro para comentar.
Confesso que demorei imenso tempo a escolher entre Conversa na Catedral, A Cidade e os Cães, A Guerra do Fim do Mundo ou o mais recente Travessuras da Menina Má...
Mas acabei por me decidir por este que de certa forma foi um dos que mais me marcou.
A história começa com o reencontro entre Santiago Zavala (Zavalita) e o antigo motorista do pai e recua até aos anos de juventude de Santiago relatando toda a sua vida, as suas lutas, conflitos interiores e o desejo de se tornar independente dos pais... o percurso de estudante de direito até se tornar jornalista...ao mesmo tempo que relata a vida de Ambrósio (o motorista do pai), de Cayo Bermudez e de toda uma constelação de personagens.
Mas mais que contar a história desses personagens Vargas Llosa mistura-as, baralha-as e funde-as com a história do próprio Peru. Sem, no entanto, perder o fio da narrativa.
A arte de misturar histórias tem em Vargas Llosa um mestre sem paralelo na literatura universal. Em torno de um tema ou história central ele dá-nos a conhecer os diferentes pontos de vista da sociedade em torno do mesmo tema. Assim com Zavalita e os seus companheiros temos o ponto de vista de uma classe alta privilegiada e também o ponto de vista dos jovens militantes comunistas e dos jornalistas sobre os anos em que decorre a acção deste romance.
Já com Ambrósio temos o ponto de vista de uma classe pobre e operária que se tenta "desenrascar" para sobreviver num país envolvido numa ditadura militar e num período de dificuldades.
Com Cayo Bermudez temos a visão politica do país, as intrigas, tentativas de golpes e contra golpes.
A acção acompanha a história do país durante a ditadura do General Odria (que governou o Peru entre 1950 e 1956) ao mesmo tempo em que nos oferece as historias de todos os personagens que participam no romance. Histórias essas que se cruzam de forma magistral pela escrita de um dos maiores romancistas dos nossos tempos.
Talvez o melhor romance do Autor e sem duvida alguma um dos melhores romances do SEC. XX.
Já agora deixo-vos a lista dos romances publicados pelo genial escritor peruano (penso que foram todos publicados em Portugal pelas Publicações D. Quixote):
Os Chefes (1959)
A Cidade e os Cães (1963)
A casa verde (1966) (Premio Rómulo Gallegos)
Conversa na catedral (1969)
Pantaleão e as visitadoras (1973)
A Tia Júlia e o escrevinhador (1977)
A Guerra do Fim do Mundo (1981)
Historia de Mayta (1984)
Quem matou Palomino Molero? (1986)
O falador (1987)
Elogio da madrasta (1988)
Lituma nos Andes (1993). Premio Planeta
Os cadernos de Dom Rigoberto (1997)
A festa do chibo (2000)
O Paraíso na Outra Esquina (2003)
Travessuras da Menina Má (2006)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Nobel 2008

Ora bem como de costume os gajos da Comité Nobel deixaram-me perplexo.
É verdade que não conheço muito bem a obra do Le Clézio, gostei do pouco que li, mas o pouco que li não me parece material para um prémio Nobel.

Então e o Vargas Llosa???? Quando é que lhe dão o prémio???? (já que não o podem [não querem] dar ao Rushdie dêem-no ao segundo melhor escritor vivo da actualidade)...

Injustiças atrás de injustiças é o que é....

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Bernard Cornwell - A Demanda da Reliquia

Para terminar a nossa série dedicada a Bernard Cornwell fica referencia a outra das suas sagas: «A Demanda da Relíquia».






A acção desta (mais uma) magnifica saga decorre nos primeiros anos da Guerra dos Cem Anos, e acompanha o percurso de Thomas of Hookton o filho de um padre inglês que sonha ser soldado em vez de seguir o destino que o pai lhe reservou: ser padre.
Quando a aldeia onde vive é assaltada e destruída por um grupo francês Thomas descobre a sua verdadeira vocação como arqueiro e junta-se aos homens do rei de Inglaterra que partem para conquistar a França, deixando o seu passado para trás.
Pelo menos era essa a intenção mas o passado e os segredos de família perseguem-no pelos cenários de guerra.

Cornwell revisita um tema tantas vezes abordado na literatura: a demanda do Santo Graal mas como de costume imprime-lhe um cunho muito próprio. Muita acção e um ritmo fluente. Uma visita aos principais cenários dos primeiros anos da Guerra.

«A Demanda da Reliquia» é não apenas a busca pelo Graal mas a procura de Thomas pela verdade (sobre quem é, qual a sua familia e o seu legado).




Construído sobre factos históricos (como de costume) Cornwell descreve como ninguém os ambientes e as batalhas (como de costume)e como de costume Cornwell junta como ninguém a ficção e a história.
A sua descrição das batalhas transporta-nos no tempo e quase nos faz acreditar que estamos lá a assistir na primeira fila.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Bernard Cornwell - Cronicas do Senhor da Guerra

Com o rei do Inverno Cornwell transporta-nos para mais uma das suas magnificas sagas sendo que desta vez reinventa uma das mais famosas histórias de Inglaterra:

O Rei ARTUR

Esqueçam tudo o que leram sobre ele, esqueçam os feitos dos seus cavaleiros.
Cornwell oferece-nos uma visão muito própria da lenda do Rei Artur (mais de acordo com aquilo que se conhece da época em que decorre a história do que a mais célebre das histórias arturianas escrita por Thomas Malory).

Cornwell reinventa as personagens mais celebres da literatura de cavalaria e empresta-lhes o seu cunho pessoal.
Merlin, Lancelot e todos os outros como nunca tinham sido mostrados antes.
Descrições de batalhas como mais ninguém consegue fazer, aventuras e sequências de acção que se seguem umas às outras a um ritmo por vezes alucinante.



Esqueçam as lendas, esqueçam as fábulas, o que Cornwell nos mostra é um Rei Artur humano com as suas dúvidas e fraquezas. Não um rei todo-poderoso, dotado de uma sabedoria sem limites e rodeado de valentes cavaleiros. Mas um Homem que nunca foi rei rodeado por fieis seguidores e muitos adversários e inimigos mas que mesmo assim conseguiu durante o seu tempo de vida deter o avanço dos Saxões pelo território da Bretanha.
Contada por , Derfel ,um guerreiro saxão criado entre os Bretões e que se tornou um dos seus mais fieis seguidores e que com o desaparecimento de Artur e avanço dos Saxões se transformou num monge.
E é no mosteiro que Derfel, a pedido de uma descendente dos reis Bretões entretanto casada com um nobre Saxão, escreve a história de Artur "o Rei que nunca foi Rei".

Baseado mais na verdade histórica, do pouco que se sabe de Artur, do que em todas as lendas que se escreveram sobre ele (como aliás é característico da obra de Cornwell) esta trilogia é mais uma obra-prima daquele que é sem dúvida alguma o melhor do mundo a escrever romances históricos.

Sem dúvida alguma a melhor história do ciclo arturiano que li em muito tempo.

Magistral.

Magnifico.



segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Bernard Cornwell - Crónicas saxónicas

Aqui há dias no post sobre o prémio Nobel alguém sugeriu o nome de Bernard Cornwell (não sei se a sério se a brincar - sejamos francos ele é o melhor escritor no seu género mas daí a ganhar o Nobel....), seja como for decidimos que cada um de nós vai por aqui um post sobre o autor(e os seus livros).

AS CRÓNICAS SAXÓNICAS

A saga das Crónicas Saxónicas decorre no SEC.IX numa Inglaterra ainda dividida em pequenos reinos e ameaçada pela invasão e ocupação quase total do seu território pelos povos do norte da Europa.
Em "O Último Reino" conhecemos as principais figuras desta saga e acompanhamos todo o percurso de Uthred (o protagonista) desde a infância até chegar à idade adulta.

Uthred é o filho mais novo do senhor de Bebbanburg, uma das mais importantes fortalezas da Northumbria (um dos quatro reinos que constituíam a Britânia) quando o seu irmão mais velho é morto torna-se o herdeiro da fortaleza mas no mesmo combate em que o pai é morto, Uthred é feito prisioneiro pelos invasores dinamarqueses e vê o seu lugar ser usurpado pelo irmão do pai.

Em poder dos dinamarqueses Uthred é adoptado pelo conde Ragnar um dos mais temidos lideres das forças invasoras e que o educa segundo os costumes dinamarqueses. Mas Uthred é um saxão. Um nobre saxão ainda por cima e cresce dividido entre um sentido de lealdade para com o seu povo e ao mesmo tempo para com os dinamarqueses que o criaram. Mudando de lado e de senhor de acordo com os acontecimentos.

Ao longo de toda a saga (de que confesso - infelizmente ainda não tive oportunidade de ler o último volume publicado «A CANÇÃO DA ESPADA») acompanhamos as batalhas em que Uthred participa e que tanto marcaram a História de Inglaterra.

Apoiando quer o rei Alfredo, o Grande, quer os dinamarqueses Uthred vai sobrevivendo a uma das mais sangrentas épocas da história sempre com o objectivo de recuperar os seus domínios.


A capacidade de Cornwell nos transportar através dos séculos e nos fazer sentir que presenciamos as batalhas que descreve com tantos pormenores fazem dele, provavelmente, o melhor escritor de romances históricos do mundo.


Sempre com um rigor histórico Cornwell mistura personagens históricos com os seus próprios personagens, fazendo-nos viver a história, transportando-nos para lá do tempo fazendo de nós testemunhas dos maiores momentos da historia.

Só mais uma coisa. Eu já disse que ainda não li este ultimo livro assim sendo se alguém mo quiser oferecer Estejam à vontade... ;)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Prémio Nobel da Literatura

Falta aproximadamente um mês para ser conhecido o vencedor deste ano do Prémio Nobel da Literatura e como tal decidimos além de divulgar a lista de todos os laureados e aceitar a opinião dos leitores deste blog sobre quem será o sucessor de Doris Lessing.

Sendo a concorrência muita e tendo o comitê Nobel um certo talento para surpreender o público em geral as apostas não são faceis, nem obvias.
No entanto aqui ficam as minhas sugestões:

Salman Rushdie - provavelmente o escritor vivo que mais merece o Nobel (e que nunca o irá receber devido ao medo dos suecos de arranjar confusão com o mundo islamico)
Mario Vargas Llosa - o eterno candidato (há anos que oiço falar nele para o Nobel e até agora népias. Será desta???)
Milan Kundera - é verdade que há já uns tempos que não oiço falar dele (ainda é vivo???)
Umberto Eco - outro que já começa a ser um eterno candidato
Amin Maalouf - porque sim
Agustina Bessa-Luís - um português fica sempre bem na lista
Amos Oz - outro porque sim
Philip Roth - porque não aprecio e os suecos fazem-me destas muitas vezes.

De qualquer forma dentro de pouco tempo vamos saber quem é o feliz contemplado.

Até lá aqui fica a lista completa dos laureados com o Nobel da Literatura:

2007 - Doris Lessing
2006 -
Orhan Pamuk
2005 - Harold Pinter
2004 - Elfriede Jelinek
2003 -
J. M. Coetzee
2002 -
Imre Kertész
2001 -
V. S. Naipaul
2000 -
Gao Xingjian
1999 -
Günter Grass
1998 -
José Saramago
1997 - Dario Fo
1996 - Wislawa Szymborska
1995 -
Seamus Heaney
1994 -
Kenzaburo Oe
1993 -
Toni Morrison
1992 - Derek Walcott
1991 -
Nadine Gordimer
1990 -
Octavio Paz
1989 -
Camilo José Cela
1988 -
Naguib Mahfouz
1987 -
Joseph Brodsky
1986 - Wole Soyinka
1985 - Claude Simon
1984 - Jaroslav Seifert
1983 -
William Golding
1982 -
Gabriel García Márquez
1981 -
Elias Canetti
1980 -
Czeslaw Milosz
1979 - Odysseus Elytis
1978 -
Isaac Bashevis Singer
1977 - Vicente Aleixandre
1976 -
Saul Bellow
1975 -
Eugenio Montale
1974 - Eyvind Johnson, Harry Martinson
1973 - Patrick White
1972 -
Heinrich Böll
1971 -
Pablo Neruda
1970 - Alexandr Solzhenitsyn
1969 -
Samuel Beckett
1968 -
Yasunari Kawabata
1967 -
Miguel Angel Asturias
1966 -
Shmuel Agnon, Nelly Sachs
1965 -
Mikhail Sholokhov
1964 -
Jean-Paul Sartre
1963 -
Giorgos Seferis
1962 -
John Steinbeck
1961 - Ivo Andric
1960 -
Saint-John Perse
1959 -
Salvatore Quasimodo
1958 -
Boris Pasternak
1957 -
Albert Camus
1956 -
Juan Ramón Jiménez
1955 -
Halldór Laxness
1954 -
Ernest Hemingway
1953 -
Winston Churchill
1952 -
François Mauriac
1951 - Pär Lagerkvist
1950 -
Bertrand Russell
1949 -
William Faulkner
1948 -
T.S. Eliot
1947 -
André Gide
1946 -
Hermann Hesse
1945 - Gabriela Mistral
1944 - Johannes V. Jensen
1939 - Frans Eemil Sillanpää
1938 -
Pearl Buck
1937 -
Roger Martin du Gard
1936 -
Eugene O'Neill
1934 -
Luigi Pirandello
1933 -
Ivan Bunin
1932 - John Galsworthy
1931 - Erik Axel Karlfeldt
1930 -
Sinclair Lewis
1929 -
Thomas Mann
1928 - Sigrid Undset
1927 -
Henri Bergson
1926 -
Grazia Deledda
1925 -
George Bernard Shaw
1924 - Wladyslaw Reymont
1923 -
William Butler Yeats
1922 - Jacinto Benavente
1921 -
Anatole France
1920 -
Knut Hamsun
1919 - Carl Spitteler
1917 - Karl Gjellerup, Henrik Pontoppidan
1916 - Verner von Heidenstam
1915 -
Romain Rolland
1913 -
Rabindranath Tagore
1912 - Gerhart Hauptmann
1911 -
Maurice Maeterlinck
1910 - Paul Heyse
1909 -
Selma Lagerlöf
1908 - Rudolf Eucken
1907 -
Rudyard Kipling
1906 - Giosuè Carducci
1905 -
Henryk Sienkiewicz
1904 - Frédéric Mistral, José Echegaray
1903 - Bjørnstjerne Bjørnson
1902 - Theodor Mommsen
1901 - Sully Prudhomme

OS MEUS PRIMEIROS ANOS WINSTON CHURCHILL


O testemunho dos primeiros anos de vida de uma das mais importantes figuras da história do século XX.
Um relato dos primeiros 30 anos de vida escrito na primeira pessoa por aquele que comandou os destinos do Reino Unido durante a 2.ª Guerra Mundial.
Os anos de infância, a escola, a carreira como militar, correspondente de guerra e escritor (haveria de ganhar o Nobel da literatura em 1953).
Ao contrário de tantas biografias e autobiografias Winston Churchill adopta uma linguagem simples para descrever os momentos mais importantes da sua vida, recorrendo por vezes aos textos escritos na época para não ser traído pela memória.
Desde as dificuldades de aprendizagem na escola até à entrada para o exercito, a participação nos principais cenários de guerra (como militar e como correspondente de guerra) em que o Reino Unido participou nos finais do século XIX, a primeira eleição (perdida) para a câmara dos comuns e a sua chegada a essa mesma câmara. Ele fala de tudo, relembra situações e pessoas. Tudo numa escrita simples e clara que cativa o leitor.
Acima de tudo um relato de uma época que desapareceu há muito tempo.
As descrições das diferentes batalhas em que esteve envolvido reflectem bem o entusiasmo de um jovem com sede de batalhas e de heroísmo, numa altura em que a guerra era levada a cabo por "cavalheiros".
Mesmo quando, por vezes, se desvia do assunto que aborda, divagando para temas e acontecimentos posteriores (relativos quer a pessoas quer a situações - o que dá ainda maior cor ao relato), nunca perde o contacto com os factos que relata.
Claro, conciso sem nunca esconder os seus medos, dúvidas e incertezas (o que é sinal de uma força e honestidade intelectual superior).
É um relato que ajuda a compreender uma das mais importantes e marcantes figuras da história.
A não perder.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A SÍNDROME DE ULISSES SANTIAGO GAMBOA



Deixem-se conduzir pelas ruas da cidade luz. A cidade dos sonhos... da arte.
Deixem-se conduzir pela cidade raramente mostrada pelos grandes romancistas...

De forma magnífica e através dos mais variados personagens, Santiago Gamboa leva-nos ao mundo nunca antes revelado dos imigrantes clandestinos em Paris.

"Os psiquiatras definem a síndrome de Ulisses como um novo transtorno mental que afecta a maioria dos imigrantes ilegais. A síndrome é desencadeada sobretudo pela sensação de perda por que uma pessoa passa ao abandonar o seu país"
(da contracapa do livro)

Não esperem encontrar uma cidade luminosa. Não procurem as referencias à Paris dos turistas, nada disso, a Paris de Gamboa é fria, cinzenta e os seus personagens tristes, desiludidos com a vida.

A história gira em torno de um jovem colombiano, aspirante a escritor, que trabalha num restaurante coreano (a lavar pratos) para poder pagar os estudos na Sorbonne. É em redor dele que se reúnem as mais diferentes personagens dos mais diversos locais do mundo (africanos, sul americanos, asiáticos e até mesmo europeus) que desiludidos com a vida que tinham nos seus países de origem resolvem tentar recomeçar a vida em Paris.
A Paris onde os sonhos ainda eram possíveis.
A Paris que lhes devora esses mesmos sonhos e tudo o mais que possuem e que a pouco e pouco os devora a eles mesmos não sobrando mais que a solidão, o desespero e a morte...
É pela pena do jovem pretendente a escritor que descobrimos as suas histórias, os seus sonhos e esperanças e é pela sua pena que descobrimos a realidade em que habitam.

Um romance magistral escrito numa linguagem crua sem adornos desnecessários e que aborda um tema actual. Magnifico...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

PRIMO LEVI






A trilogia completa que nos relata os horrores dos campos de concentração nazis contado por um dos sobreviventes.
Primo Levi é considerado um dos maiores nomes da literatura italiana e nas páginas destes três livros percebemos porquê.

Em «Se Isto É Um Homem» Levi conta na primeira pessoa as recordações e os horrores passados em Auschwitz e recorda também muitos daqueles que se cruzaram com ele nesse campo e não conseguiram sobreviver.
Fala-nos dos presos e dos guardas, do dia-a-dia no campo de concentração, do medo, da dor, da luta pela sobrevivência...

E fala da esperança e de como ela se pode perder...


Conta-nos de pessoas reduzidas a menos do que animais mas que mesmo assim guardam no fundo deles uma faceta humana, uma história. E é essa história, essa faceta que ele tenta transmitir para que todos se lembrem que aqueles que sofreram e morreram às mãos de um ideal sanguinário eram simplesmente humanos.

Em «A Trégua» ele conduz-nos pela longa viagem que se seguiu à libertação dos campos de concentração em primeiro para Leste e apenas depois para casa em Itália.

Se no primeiro livro ele contava dos horrores dos campos de concentração e dos tormentos que aí ele e outros sofreram em «A Trégua» o tom é diferente mesmo quando a sua situação parece desesperada, quando a fome aperta ou se depara com os restos de uma Europa devastada pela Guerra.
Parece quase transmitir um optimismo exagerado do género: "depois de tudo pelo que passei não será isto que me vai derrotar". Talvez esteja a exagerar o seu relato é o mais fiel possível dos dias que se seguiram à queda do poder nazi, mas está irremediavelmente contaminado pela alegria e pela sensação de liberdade de novo conquistada.

Segue-se como conclusão da trilogia o livro: "Os Que Sucumbem e Os Que Se Salvam"
Mais do que tudo um aviso às gerações futuras: "Evitem cometer os mesmos erros e atrocidades" (que não foram evitados em várias ocasiões);
É também uma analise dos factos vividos pelo autor a uma distância relativamente grande (o livro só foi escrito em 1986 [um ano antes do autor se suicidar]) e se ele novamente recorda os horrores dos campos de concentração também faz uma reflexão e uma análise profunda do comportamento quer dos guardas e dos responsáveis dos campos quer dos próprios reclusos da forma com interagiam de como se comportavam de como reagiam à vida nos campos e de como lidaram com a liberdade.

Cada um dos livros é indispensável não apenas para a compreensão dos horrores dos campos de extermínio e do sofrimento dos prisioneiros (existem dezenas ou centenas de livros desses) mas como um aviso do que a humanidade é capaz de fazer a si própria.

Uma lição que não deveríamos esquecer.
Mas que por vezes parece que já esquecemos...

HISTORIA DE PORTUGAL DIRECTOR'S CUT


FINALMENTE UM LIVRO SOBRE A HISTÓRIA DO NOSSO PAÍS COMO NUNCA FOI CONTADA!!!!!! (mas como nos deveriam ensinar na escola)

Um livro sobre a história de Portugal com a bandeira americana na capa????

Um livro de história ou um exercício delirante de uma imaginação que não conhece fronteiras?

Um livro (isso é certo) que nos mostra tudo aquilo que nos foi ensinado sobre o nosso país de uma forma nunca antes tentada. (INFELIZMENTE)

Renato Carreira (o autor) cria uma delirante visita ao passado e conduz-nos através das páginas do seu livro pela história nunca contada do nosso país.
Infelizmente pelo que conhecemos dos portugueses até podia ser a verdadeira história.

Tenham em conta certas coisas quando lerem este livro:
1.º Convém serem capazes de distinguir entre os factos e a imaginação por vezes delirante do autor;
2.º Digam-vos o que disserem os factos estão lá todos, a história de Portugal pela qual o autor nos conduz é a mesma que nos ensinaram na escola (já as causas essas é outra historia)
3.º Esqueçam tudo o que pensam saber aqui não há lugar para a "verdade histórica";
4.º Se forem estudantes de história, quando fecharem este livro tentem esquecer o que acabaram de ler...


Os verdadeiros factos por detrás da história.
As intrigas, as verdades nunca contadas...
Tudo aquilo que foi apagado dos livros de história.
Finalmente ao alcance de todos...

E finalmente alguém tem o bom senso de nos mostrar que não há monstros sagrados, nem mesmo as grandes figuras da nossa história.

Com muito humor o autor deste fantástico livro conduz-nos através da história de Portugal (mais concretamente desde a pré-história) até à eleição de José Sócrates como primeiro ministro de Portugal.

Dos melhores livros que li nos últimos tempos e um dos que mais me fez rir.

Imperdível.
Indispensável para todos os amantes de história (e não só).

terça-feira, 20 de maio de 2008

OS GÉNIOS LOUCOS DA LITERATURA




Já foi chamado o "Stephen King francês" imagem, quanto a mim, bastante redutora do imenso talento deste escritor. A capacidade de escrever livros repletos de acção, com personagens sombrios e ao mesmo tempo envolventes, histórias bem construídas com finais [a maior parte das vezes] surpreendentes e sempre com litros de sangue fez de Jean Christophe Grangé, um dos nomes de culto para os amantes de thrillers.








Nascido em paris em 1961 começou a sua carreira como jornalista antes de fundar a sua própria agencia de noticias em 1994 lança um primeiro romance "o voo das cegonhas" que apesar das criticas favoraveis não obteve grande exito junto do público. Em 1998 lança o livro que o haveria de lançar como escritor de culto "os rios de purpura", seguindo-se "concilio de pedra" e "o imperio dos lobos" os três adptados ao cinema. Em 2004 publicou "a linha negra".








Actualmente é o escritor franc~es que mais vende, não apenas em França mas em todo o mundo.








Senhor de uma imaginação sombria - por vezes macabra. É no entanto um escritor capaz de prender os leitores de inicio ao fim.

















A não perder.

















Outro dos "Génios Loucos" de que vos quero falar é o americano Chuck Palahniuk.








Autor do célebre "clube de combate" é, tal como Grangé, dotado de uma assombrosa mente perturbada, capaz de passar para os seus livros os piores pesadelos dos leitores, mas cativando-os e prendendo-os de principio ao fim.































Desde o primeiro livro que li deste genio que houve algo na sua forma de escrever que me prendeu e fascinou.

A linguagem crua, directa. Os personagens complexos e atormentados... as histórias ao mesmo tempo fantasticas e reais - com o que alguém chamou de credibilidade - a capacidade de nos fazer acreditar naquilo que estamos a ler.
E Chuck Palahniuk tem essa capacidade. Como poucos.

Tom Wolfe e Salman Rushdie



Os dois livros de que vos falo hoje, embora sejam de conhecidos e aclamados romancistas dos nossos dias, não são romances.
O primeiro é um livro do conhecido (e muitas vezes polémico) Tom Wolfe que analisa nas páginas deste livro o modo de vida americano e a América na viragem do século XX para o século XXI.
As pessoas podem nem sempre gostar do autor (eu pessoalmente não gosto) mas é possível encontrar nestas páginas a razão pela qual ele é considerado hoje em dia uma das mais importante vozes da literatura americana.
Desde as relações entre sexos no virar do século até ao perfil de algumas das figuras menos conhecidas dos EUA ou a critica feroz a certas figuras bastante conhecidas, nada escapa à pena mordaz de Wolfe.

Quanto ao livro de Rushdie destaco o (quase) diário dos dias em que o autor viveu sob ameaça de morte devido à fatwa assinada pelo então líder iraniano ayatollah Khomeny.
Sempre contestei o facto daquele que é para mim o melhor romancista vivo ter alcançado a notariedade devido ao incidente relacionado com a publicação dos "Versículos Satânicos"
e nas páginas deste livro conseguimos perceber facilmente - embora infelizmente apenas possamos imaginar - o que foi, para ele viver dez anos sob a ameaça de morte do regime iraniano.

A principal diferença entre os dois livros reside talvez no facto de, nos momentos em que toca a tratar do eu, o autor; Salman rushdie consegue ter a humildade e evitar um certo narcisismo ou egocentrismo que infelizmente Wolfe não consegue. Seja como for são dois grandes livros indispensáveis aos fãs e não só destas duas figuras de topo da literatura universal.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

MONTY PYTHON AUTOBIOGRAFIA PELOS MONTY PYTHON - OFICINA DO LIVRO





Da nota de apresentação na contra capa do livro:


"Em 1969, seis ingleses (bem, um era galês e outro um americano intrometido) juntaram-se para fazer um programa de televisão sobre um agente teatral sem escrúpulos, desonesto e francamente asqueroso chamado Monty Python.
O
Monty Python's Flying Circus mudou a face da comédia televisiva e agora, mais do que há quatrocentos anos atrás (bem, de facto, trinta anos e mais um bocadinho) as pessoas continuam a falar dele."

Não esperem encontrar neste livro os ingredientes para se tornarem humoristas de sucesso como só os Python conseguiram. Não esperem, a cada página, largar as gargalhadas a que eles nos habituaram. Não. Este é um livro sério.
A história de uma revolução.
Uma revolução no mundo da comédia.
Aqui vão encontrar excertos dos diários, vão encontrar fotografias (algumas inéditas) vão ler as opiniões dos membros do (opinião pessoal) mais fantástico grupo de humoristas da história da televisão e do cinema.
Vão descobrir os Python o que eram o que faziam antes do (mil vezes) abençoado momento em que se juntaram para fazer o Monty Python's Flying Circus.

Como lidaram com a fama. O que fizeram depois. As relações de amizade e as tensões entre os membros do grupo. Nada fica por contar.

Em resumo: uma autobiografia.

Mas uma autobiografia diferente. Uma sucessão de memórias individuais reunidas de forma magistral. Desde os anos "antes dos Python" até hoje. Só eles poderiam conseguir contar a história dos Python. E fazem-no sem o receio de por vezes fazer humor à custa deles mesmo e do que se tornaram depois dos Python.
Um livro sério que mesmo assim garante algumas gargalhadas.

Indispensável para os fãs. E não só.


Também a não perder:



OS MELHORES SKETCHES DOS MONTY PYTHON - NUNO MARKL (tradução, adaptação e notas) - EDITORIAL MAGNÓLIA


Um trabalho de tradução e adaptação simplesmente notável das - nas palavras do próprio Nuno Markl - "Sagradas Escrituras da comédia".


Para todos os fãs (e não só)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

CRISTOVÃO COLOMBO O ÚLTIMO DOS TEMPLÁRIOS - RUGGERO MARINO - ALETHEIA EDITORES

Excerto do texto de apresentação na contra-capa desta "obra-prima":
"(...)Com base numa nova interpretação de antigos mapas e documentos, o autor revisita a história do «navegador de dois mundos» e da «descoberta» da América. Aquilo que se afirma neste livro nunca antes foi dito em cinco séculos de publicações colombinas (...)"

PUDERA!!!!!

São mais de 300 páginas de puro delírio e fantasia.
Porra, eu não sou historiador. Mas sei, como todos nós sabemos de certos aspectos da vida do Grande Almirante. É sabido que antes de apresentar aos Reis Católicos o seu famoso projecto de atingir a India navegando para Ocidente, Colombo tentou apresentar esse projecto ao Rei D. João I que se recusou a patrocinar essa expedição. Ora a acreditar no autor, desde a primeira hora foi intenção quer de Colombo quer do seu (supostamente secreto) apoiante e patrocinador o papa Inocêncio VIII, propor essa expedição aos Reis Católicos. E as recusas do Rei português desaparecem da História.
E provas?
Supostamente o autor um renomado e prestigiado historiador passou quinze anos (QUINZE) a recolher dados e a preparar a obra e não apresenta uma única prova daquilo que afirma.
Teorias - muitas. Algumas é certo assentes em factos conhecidos e provados, outras pura fantasia e sem apresentar uma única prova. (como o suposto parentesco Colombo/Inocêncio VIII, conclusão a que chegou ao comparar retratos dos dois).
Alterou o local de nascimento do navegador sem explicar como chegou a essa conclusão - embora seja reconhecido que os documentos que se usaram para provar o nascimento de Colombo em Génova são falsificações. Falsificações surgidas no período de unificação de Itália e em que o país precisava de um herói nacional.
Prova-se que ele não nasceu em Génova, arranja-se outra história. Desde que ele se mantenha italiano. Caramba querem que ele seja italiano - porreiro; chinês - por mim tudo bem; francês, inglês, russo - para mim tanto faz, mas se vão tentar mudar a História apresentem factos devidamente fundamentados e provas, não apenas teorias apresentadas como verdades provadas e coincidências. E por favor não omitam os poucos factos conhecidos sobre a vida de uma das mais importantes figuras da História Universal.
Queremos provas não teorias fabulosas e destrambelhadas.

Este livro um livro supostamente de Historia é pura ficção e, o que é pior, ficção da piorzinha que me passou pelas mãos em muitos anos.

O IMPÉRIO DOS PARDAIS - JOÃO PAULO OLIVEIRA E COSTA TEMAS E DEBATES




Um romance histórico? Como os que estão tão na moda hoje em dia.
Uma história de espiões? ou uma história de amores?
É isso tudo e mais ainda. É difícil definir com exactidão este romance de estreia de um conhecido e respeitado historiador português.
A história decorre no reinado de D. Manuel I (de quem o autor é biógrafo) e gira em torno de cinco personagens que se movem entre a corte e o mundo da espionagem numa época de afirmação e de difíceis decisões em torno do futuro do Império português.
Um retrato fiel da época onde retratos claros da vida quotidiana, cenas domésticas e também a intriga politica da corte as lealdades e pequenas conspirações e onde ficção e história se misturam de forma exemplar.
Uma homenagem não apenas a um dos maiores e mais competentes Reis da história de Portugal mas também a todo um povo que tanto contribuiu para a grandeza desse rei. E uma homenagem a todos os que, sem nunca saírem da sombra, também contribuíram para essa grandeza.

OS VERSÍCULOS SATÂNICOS - SALMAN RUSHDIE - PUBLICAÇÕES D. QUIXOTE




E se o Mal se apresentasse ante nós sob a forma de um anjo?
E se o Bem se apresentasse ante nós sob a forma da besta?
E se não houver Mal nem Bem?

Um avião explode numa manhã de Inverno sobre o canal da Mancha. Como poderia alguém sobreviver? Impossível. Ou então por intervenção divina...
O facto é que sobrevivem: Gibreel e Saladin dois actores que viajam para Londres,(o primeiro a mais brilhante estrela do cinema indiano; o segundo um discreto actor de sucesso em Inglaterra) flutuando entre corpos e destroços, caminhando sobre as águas até atingirem vivos uma pequena praia.
A partir daí ambos os personagens sofrem uma profunda transformação não apenas física(Gibreel adquire cada vez mais características que o identificam com um anjo[incluindo a aureola] enquanto Saladin se transforma numa criatura de pesadelo meio-homem meio-bode uma personificação do demónio), como também psicologica.
Acabando os dois por representar a eterna luta entre o bem e o mal.

Mas há mais. O retrato vivido das comunidades emigrantes na Londres do governo de Margareth Tatcher. Os sonhos que atormentam as noites de Gibreel(Mahound; o Imã Exilado; Ayesha ...) e que o conduzem atravez da historia.
Um livro que valeu a Rushdie a condenação à morte por parte das autoridades iranianas e do seu lider espiritual. (Quanto a mim não tanto pelas blasfemias ao Profeta, como foi acusado - mas pelas criticas ao ayatollah Khomeini - o Imã Exilado).
Enfim um livro magnifico.
Uma obra magistral de um dos melhores escritores do nosso tempo.

algumas palavrinhas dos três autores do blog (3)

Parece que só falto eu.
É pá mas o que é que eu posso dizer.
Nós os três já nos conhecemos há algum tempo e se é verdade que os três adoramos ler, também é verdade que raramente concordamos uns com os outros (em matéria de gostos literários).
É caso para pensar o que é que vai sair daqui.
Talvez, e só talvez, as diferenças entre os três contribuam para fazer deste blog uma coisa porreira, ou talvez a gente apenas se vá divertir a fazer isto.

algumas palavrinhas dos três autores do blog (2)

Como diz ali em cima o Mr. logo se vê o que daqui sai.
ou sai uma coisa de m.... ou até quem sabe alguma coisa de jeito.
eu sei que é facil dizer «é pá li agora este livro e gostei (ou não gostei)» o mais dificil é explicar porque é que se gostou (ou não) de um livro. Não somos criticos, não vamos criticar por criticar.
Vamos tentar explicar de que é que gostamos ou não nos livros e tentar fazer com que as pessoas que cairem de para-quedas neste blog percebam o que queremos dizer.
Até já...

algumas palavrinhas dos três autores do blog (1)

Aqui há tempos li uma frase que me ficou a martelar no cérebro:
"noventa e nove por cento da literatura não vale nada, e cem por cento do que se escreve sobre literatura - inclusive esta frase - também não"
Confesso que - erro imperdoável - não me lembro do autor da frase mas ficam com uma ideia do que esperar de um blog desta natureza. Como dizem os outros : fraquinho...
logo se vê o que daqui vai sair.