A primeira vez que ouvi falar no conto que dá o titulo a esta obra foi no delicioso "Cartas a um Jovem Romancista" do Mário Vargas Llosa, e era utilizado para explicar os diferentes tipos de tempos da narrativa.
Mas este conto e os outros que constituem este pequeno livro são deliciosos e merecem uma leitura atenta, não apenas pelos fãs dos contos góticos e de horror, mas por todos.
Ambrose Bierce nasceu no Ohio em 1842. Alistou-se, aos dezanove anos, no exército americano durante a guerra civil. A guerra, as tácticas militares, o convívio com a morte, o companheirismo deram-lhe material suficiente com que veio a encher os seus contos, considerados por muitos críticos do melhor que se escreveu na literatura americana sobre essas realidades.
Tornou-se jornalista, como editor do «San Francisco News-Letter» e do «California Advertiser». Assinou durante anos uma coluna que lhe deu fama e projecção. Cultivou o aforismo, a fábula, a «ghost-story» e o epigrama. Toma maior contacto com a obra de Mark Twain, Swift, Voltaire e Pope, que lhe abrem os caminhos da ironia e da Sátira.
A par destes traços característicos da sua prosa, Bierce enriquece a tradição gótica com o aprofundamento psicológico do horror e do estranho. Criou uma enorme comunidade de admiradores que persiste até aos dias de hoje. Com 71 anos desapareceu no México sem deixar rasto. Supõe-se que tenha morrido a 11 de Janeiro de 1914, na batalha de Ojinaga.
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