“Vocês acham que sabem como esta história vai acabar, mas não sabem. Confiem em mim, eu estive lá e sei.”
Há uns anos quando ainda estava na faculdade conheci uma rapariga que veio para Coimbra no programa Erasmus chamada Hilda Samuelson, é o único caso que conheço de uma pessoa que tem tripla nacionalidade. Norueguesa da parte da mãe; Estadunidense por parte do pai e Francesa do país onde nasceu e viveu até aos dezassete anos. Os pais de Hilda divorciaram-se quando ela tinha doze anos e o pai acabou por regressar aos EUA. Ela habituou-se a passar todos os anos uma temporada com o pai nos EUA e numa dessas visitas, segundo me contou descobriu este autor maravilhoso. E fez-mo descobrir…
A primeira vez que li este livro (o primeiro deste autor que li) foi numa edição americana e adorei… e foi um prazer redescobri-lo agora em língua portuguesa (e é mais fácil de ler, pelo menos para mim).
Há uns anos quando ainda estava na faculdade conheci uma rapariga que veio para Coimbra no programa Erasmus chamada Hilda Samuelson, é o único caso que conheço de uma pessoa que tem tripla nacionalidade. Norueguesa da parte da mãe; Estadunidense por parte do pai e Francesa do país onde nasceu e viveu até aos dezassete anos. Os pais de Hilda divorciaram-se quando ela tinha doze anos e o pai acabou por regressar aos EUA. Ela habituou-se a passar todos os anos uma temporada com o pai nos EUA e numa dessas visitas, segundo me contou descobriu este autor maravilhoso. E fez-mo descobrir…
A primeira vez que li este livro (o primeiro deste autor que li) foi numa edição americana e adorei… e foi um prazer redescobri-lo agora em língua portuguesa (e é mais fácil de ler, pelo menos para mim).
Este livro é uma delirante reconstrução da vida de Cristo nas palavras do seu amigo de infância Levi bar Alphaeus, também conhecido por Biff. “(…) a minha alcunha, (Biff), vem do nosso termo em calão para uma palmada na testa, algo que a minha mãe dizia que eu precisava, desde tenra idade, pelo menos uma vez ao dia.(…)”
Para quem já leu “O Anjo Mais Estúpido” já está familiarizado com a personagem de Raziel, o anjo encarregue da revelação do nascimento de Cristo. Neste livro tornamos a encontra-lo em duas ocasiões: naquela relatada no “Anjo mais Estúpido” (o atraso de dez anos na revelação;
e desde o inicio do livro quando é encarregue de ressuscitar e vigiar Biff para o fazer escrever a sua versão dos factos.
“ (…) – Quando parto? Estou quase a acabar isto.
- Agora. Embala o dom das línguas e alguns milagres menores. Nada de armas, não é uma missão de ira. Viajarás incógnito e com grande discrição, mas é importante. Está tudo nas ordens. – Estêvão entregou-lhe o pergaminho.
- Porquê eu?
- Eu também fiz essa pergunta.
- E?
- Recordaram-me porque motivo se expulsam anjos.
- Eh lá! É assim tão importante?
Estêvão pigarreou, obviamente por afectação, pois os anjos não respiram.
- Não sei até que ponto é suposto eu saber, mas consta que se trata de um novo livro.
- Estás a brincar, uma sequela? Revelações 2? Agora que já pensavam que era seguro pecar?
- É um Evangelho.
- Um Evangelho depois de todo este tempo? De quem?
- De Levi, também conhecido por Biff.
Raziel largou o pano e levantou-se.
- Isso só pode ser engano.
- A ordem veio directamente do Filho.
- Há uma razão para Biff não ser mencionado nos outros livros, sabes? Ele é um…
- Não digas.
- Mas ele é um imbecil. (…)”
Quem já leu um qualquer livro de Moore sabe o que pode esperar deste livro:
Gargalhadas asseguradas de inicio ao fim. Piadas entrelaçadas com momentos de maior seriedade, apesar de tudo isto ainda é um livro sobre a vida do Salvador…
Mas não esperem um tipo de humor fácil com piadinhas previsíveis. Não este senhor é dono da escrita mais mordaz e de um dos humores mais inteligentes que tenho lido.
“(…)Os anjos não passam de insectos bonitinhos. Os Dias da Nossa Vida é uma telenovela, Raziel, uma encenação. Não é real, percebes?
- Não.
E não percebia mesmo. Descobri que hoje em dia é costume contar histórias cómicas acerca da estupidez dos loiros. Adivinhem onde tudo isso começou. (…)
Ou outro exemplo:
“ (…) Eu apontei para trás dele e Jesua virou-se, testemunhando toda a glória do grande gajo de pêlo branco.
- Com o caneco!
O Gigante Felpudo saltou para trás, agarrado ao seu chá como se este fosse um bebé em perigo, emitindo umas vocalizações que não eram propriamente uma linguagem. Se fossem, provavelmente significavam também “Com o caneco”.
Foi agradável ver o magistral controlo de Jesua escapar-se-lhe, dando lugar a um estado de perfeita confusão.
- O que é… quer dizer, quem é… O que é aquilo?
- Judeu não é – disse eu, com um ar muito solícito, apontando para os noventa centímetros de prepúcio.(…)
- Por favor, Gaspar – disse Jesua. – Isto é uma questão prática e não de crescimento espiritual. O yeti suspirou, voltando a lamber a face de Jesua. Eu percebi que a criatura devia ter uma língua mais áspera que a de um gato, pois a face de Jesua estava a ficar cor-de-rosa, com a abrasão.
- Dá-lhe a outra face, Jesua (…)”
Esta passagem demonstra duas coisas que eu adoro neste autor: o humor inteligente e a capacidade de criar situações improváveis. Quem mais seria capaz de juntar Cristo e o Abominável Homem da Neves no mesmo cenário?
Agora se ainda não leram este livro imaginem 480 páginas desta escrita.
Centenas de milhares de pessoas em todo o mundo leram – e releram – a história irreverente, iconoclasta e divinamente divertida da infância de Jesus Cristo, segundo o testemunho do seu amigo de infância, Levi bar Alphaeus (também conhecido por Biff). Agora, também tu poderás descobrir o que realmente aconteceu entre a manjedoura e o Sermão do Monte.
Numa nota final, expressamente concebida para esta edição, Christopher Moore responde às questões mais colocadas pelos leitores acerca do livro e de si, desde a primeira edição de Cordeiro.
Fresco, divertido, pungente e sábio, Cordeiro tem sido alvo de regozijo para os leitores de todo o mundo.
E nessa tal nota final podemos encontrar mais umas pérolas do autor:
“(…) Uma semana mais tarde o programa Frontline da PBS exibiu um documentário especial chamado “From Jesus do Christ”, no qual arqueólogos, historiadores e teólogos discutiam o contexto histórico da vida de Jesus Cristo. Os peritos sublinharam repetidamente a questão de que os primeiros trinta anos da vida de Cristo não estavam documentados nos Evangelhos canónicos.
- Alguém devia escrever essa história! – disse eu falando com severidade comigo mesmo, como é costume fazer, quando não tenho ninguém por perto para me chamar de doido. – E como não sei absolutamente nada sobre teologia ou historia, esse alguém deva ser eu! (…)”
Este é diga-se de passagem o tipo de raciocínio que eu costumo seguir muitas vezes.
8 comentários:
Então bem vindo.
Excelente estreia embora que com essas citações estragaste um pouco da piada do livro - ainda não cheguei a essa parte (a do yeti) e a da telenovela também não...
desmancha prazeres...
Já não bastava o Mário a sugerir o Moore a torto e a direito agora juntas-te tu ao bando e começas também com ele...
Mas uma vez que o Mário nos tem bombardeado com ele ao longo dos quase três anos deste blog, já conhecemos o autor e tenho de concordar contigo no que diz respeito ao humor inteligente.
E já agora tens tido noticias da Hilda? Os mails que lhe tenho enviado voltam todos para trás.
Então eles convenceram-te a embarcar nesta aventura!!
Como um dos fieis leitores deste blog deixo-te as boas-vindas e um aviso: eles não brincam em serviço mas pelo que li da tua postagem tu também não...
Bem vindo a bordo
este livro já foi publicado há uns meses em Portugal e tive o prazer de o ler nessa altura. tal como o autor desta postagem também eu sou fã do Christopher Moore principalmente peo seu humor inigualavel.
mas o autor da postagem esqueceu-se de referir o receio que o Moore confessou ter sentido da má aceitação do livro - é verdaade que o faz com o humor que lhe é caracteristico mas não deixa de o referir... e sabendo como sabemos que muita gente não aceita que se misture religião e humor também sabemos que os seus receios não eram de todo infundados...
apesar de tudo o livro foi bem recebido e como de costume
Mário: não é por um dialogo que teestrago a leitura de um livro tão bom;
Di: O que é que se pode dizer tanto eu como o Mário temos bom gosto...;
Marcelo: tive de perguntar para descobrir quem era este senhor Marcelo, há já muito tempo que não o vejo obrigado pelas boas vindas e pelas palvras amaveis;
Terra: A melhor maneira de comentar este livro (ou qualquer outro deste autor) era transcreve-lo na integra mas depois tinhamos as actividades economicas à perna... por mais que uma pessoa diga falta sempre qualquer coisa.
Li este livro já faz algum tempo na sua versão original em inglês, foi o primeiro de muitos que li deste senhor que é simplesmente genial e neste caso devo dar os parabens à editora que nos tem presenteado com um livro dele à excelente média de um por ano...
Agora só espero que não desistam...
Jovem bemvindo ao blog (já que o teu irmão e os outros não dizem nada).
Sofia : "Já que o teu irmão e os outros não dizem nada"????????
então mas se foi a primeira coisa que eu lhe escrevi... no primeiro comentário que fizeram a esta postagem.
Não é justo!!!
Enviar um comentário