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Mais um livro de uma senhora que só há pouco tempo descobri e cujo talento admiro muito.
Um pequeno aparte:
Todos os dias faço cerca de vinte e cinco quilómetros de autocarro para regressar a casa. Vinte e cinco quilómetros que se arrastam por quase uma hora com paragens “em todas as estações e apeadeiros”.
Costumo aproveitar essa hora para ler. Tranquilamente, deitando de vez em quando um olhar para fora para não deixar passar a minha saída.
E o último livro que li foi este “D. Sebastião e o Vidente”.
Acho que a melhor crítica que posso fazer a este livro é a seguinte:
Já por duas vezes ia falhando a minha paragem por ir tão embrenhado na leitura. A autora consegue a incrível proeza de nos colocar no centro da acção, de nos fazer sentir transportados aos anos e acontecimentos do reinado de D. Sebastião.
É verdade que o livro já tem uns anos (não muitos é de 2006) e por isso provavelmente vão ter sorte se o encontrarem – é um mal frequente nas nossas livrarias só se interessarem pelos últimos lançamentos – mas se o encontrarem não percam a oportunidade de o comprar e de o ler naturalmente…
As vidas de el-rei D. Sebastião e Miguel Leitão de Andrada entrelaçam-se desde o nascimento até ao desastre de Alcácer-Quibir.
O rei-menino, corajoso mas ingénuo, e o leal fidalgote de Pedrógão Grande, reconhecido na região como vidente e protegido de Nossa Senhora da Luz, vêem-se implicados numa secreta e perigosa intriga de espionagem, com contornos sexuais.
O rei mais desejado de toda a nossa história é, apesar de todas as esperanças da nação, um órfão falto de afectos, criado e educado por velhos, como a avó sedenta de poder e o tio cardeal, ambicioso e fraco. Caprichoso e insolente, D. Sebastião cresce atormentado pelos seus traumas e complexos de adolescente, sublimados nos sonhos de glória de mancebo visionário, senhor de um poder absoluto que o arrasta ao desastre, profetizado pelas dolorosas visões de Miguel Leitão de Andrada.
Este romance fascinante foi construído a partir de uma rigorosa investigação de fontes históricas documentais - portuguesas, espanholas, italianas, francesas e holandesas - e condimentado pela exuberante imaginação de Deana Barroqueiro.
São muitas páginas… São. É verdade (640) mas lêem-se de um fôlego tal é a capacidade da autora de nos cativar e prender quer aos acontecimentos quer aos personagens…
É creio eu tempo de dar voz aos autores que escrevem bem em português e que vão sendo esquecidos ou ostracizados ou simplesmente ignorados. E esta autora merece muito mais crédito e atenção do que lhe tem sido concedido.
Sim devemos apoiar os grandes nomes da nossa literatura mas não o podemos fazer à custa daqueles que livro após livro nos vão presenteando com verdadeiras pérolas (ou neste caso um colar de pérolas)...
15 comentários:
ok deixa cá ver se adiviho:
vão nomear oficialmente a autora Madrinha do Blog???
ainda não li o livro - é assim tão bom???
Aqui há tempos não era um de vocês que dizia que a odiava? Agora já é o terceiro livro dea que sugerem! Em que é que ficamos?????
:) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :) :)
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Sérgio o livro é excelente!!! Dos melhores que li este ano.
Marco ups! Indio aquilo de a odiar foi uma brincadeira do Diogo... por causa da história e do personagem porque o livro e a autora foram sempre elogiados...
Comecei a ler agora o livro e devo dizer que estou a gostar imenso.
Decididamente tenho de concordar com o Mário quando ele diz que a autora não tem o reconhecimento que devia... o que é tremendamente injusto!!!!
Prémio Nobel para esta autora já!!!!!!!!!!!!!!!
Eu tenho de concordar com vocês quando dizem que a senhora mercia mais reconhecimento pelo excelente trabalho que faz. E para além disso tem sempre tempo para deixar uma palavra aos leitores que escrevem sobre ela e sobre os seus livros na net.
Tal como vocês também eu escrevi um texto sobre "O Espião de D.João II" - livro que a propósito descobri no vosso blog - e passado uns dias recebi um mail dela a agradecer o facto...
São essas pequenas atenções que ajudam a demonstrar a boa formação dos autores sei de casos que nem a cartas respondem...
E já agora acho que o Nobel para esta autora é capaz de ser algo exagerado... mais uma vez por falta de divulgação dos bons autores de lingua portuguesa... mas já merecia ter ganho uns prémios nacionais
E sem contar o da revista Máxima não me consta que tenha recebido outro...
Mais uma vez um livro e uma autora que ainda não conheço embora que já vos tenha visto aqui referir outros livros da mesma autora...
Mas um prémio Nobel vindo de quem disse em tempos que a odiava é um pouco forte... ainda para mais para uma autora com tão pouca obra...
quanto à sugestão do Diogo para lhe atribuirem o Nobel e como salentou o Marcelo a autora tem o inconveniente de ser pouco divulgada...
e Carlos quanto à pouca obra da autora:
O Romance da Bíblia - Ed. Ésquilo, 2010.
O Espião de D. João II - Ed. Ésquilo, 2009. A odisseia de Pêro da Covilhã e suas proezas.
O Navegador da Passagem - Ed. Porto Editora, 2008.
D. Sebastião e o Vidente - Ed. Porto Editora, 2006. História de suspense envolvendo el-Rei D. Sebastião e Miguel Leitão de Andrada. Obra agraciada com o Prémio Máxima de Literatura 2007 - Prémio Especial do Júri.
Novos Contos Eróticos do Velho Testamento Ed. Livros Horizonte, 2004. Continuação das crónicas da antiguidade, recriando a relação homem/mulher à luz da tradição judaico-cristã.
Contos Eróticos do Velho Testamento Ed. Livros Horizonte, 2003. Crónicas da Antiguidade Pré-Clássica com base em histórias do Antigo Testamento.
Colecção de Aventuras - Cruzeiro do Sul, Ed. Livros Horizonte:
Uraçá, o índio branco. História cujo pano de fundo é a Descoberta do Brasil. 2002
O Cometa - Uma viagem impossível. A viagem de Bartolomeu Dias e suas aventuras no Congo e no mar, 2002
Um Homem das Arábias. O primeiro dos cinco romances dedicados às viagens espantosas de Pêro da Covilhã, 2002
O Espião d'el-Rei. Segunda etapa das viagens de Pêro da Covilhã, 2003
A Pedra do Anel. Terceira etapa das viagens do espião por Goa, Ormuz e costa oriental da África, 2003
O Monomotapa. Quarta etapa da aventura de Pêro da Covilhã, em Sofala, onde descobre as minas de Salomão, no Monomotapa, 2003
O Grande Abexim. Quinta e última etapa das viagens do espião de D. João II, em que vai conhecer Meca, Medina e o monte Sinai, seguindo depois para a Etiópia em busca do Preste João, 2004
[editar] Obras anteriores
Com a colaboração da ilustradora Lídia Lobo e de alunos da E.S. Passos Manuel, editoras diversas:
Sob o Signo de Tordesilhas - obra dramática em verso, 1995
Crónicas de Pimenta e de Canela - colectânea de contos, 1997
Crónicas de Monções e de Marés - colectânea de contos, 2000
O Cabo do Mundo - auto em verso, de modelo vicentino, 2000
A Palavra e o Olhar - estudo sobre Padre António Vieira, 1996
A fonte é a sempre falivel wikipedia por isso admito que a lista possa estar incompleta mas como podes ver a obra não é assim tão pouca
quanto à sugestão do Diogo para lhe atribuirem o Nobel e como salentou o Marcelo a autora tem o inconveniente de ser pouco divulgada...
e Carlos quanto à pouca obra da autora:
O Romance da Bíblia - Ed. Ésquilo, 2010.
O Espião de D. João II - Ed. Ésquilo, 2009. A odisseia de Pêro da Covilhã e suas proezas.
O Navegador da Passagem - Ed. Porto Editora, 2008.
D. Sebastião e o Vidente - Ed. Porto Editora, 2006. História de suspense envolvendo el-Rei D. Sebastião e Miguel Leitão de Andrada. Obra agraciada com o Prémio Máxima de Literatura 2007 - Prémio Especial do Júri.
Novos Contos Eróticos do Velho Testamento Ed. Livros Horizonte, 2004. Continuação das crónicas da antiguidade, recriando a relação homem/mulher à luz da tradição judaico-cristã.
Contos Eróticos do Velho Testamento Ed. Livros Horizonte, 2003. Crónicas da Antiguidade Pré-Clássica com base em histórias do Antigo Testamento.
Colecção de Aventuras - Cruzeiro do Sul, Ed. Livros Horizonte:
Uraçá, o índio branco. História cujo pano de fundo é a Descoberta do Brasil. 2002
O Cometa - Uma viagem impossível. A viagem de Bartolomeu Dias e suas aventuras no Congo e no mar, 2002
Um Homem das Arábias. O primeiro dos cinco romances dedicados às viagens espantosas de Pêro da Covilhã, 2002
O Espião d'el-Rei. Segunda etapa das viagens de Pêro da Covilhã, 2003
A Pedra do Anel. Terceira etapa das viagens do espião por Goa, Ormuz e costa oriental da África, 2003
O Monomotapa. Quarta etapa da aventura de Pêro da Covilhã, em Sofala, onde descobre as minas de Salomão, no Monomotapa, 2003
O Grande Abexim. Quinta e última etapa das viagens do espião de D. João II, em que vai conhecer Meca, Medina e o monte Sinai, seguindo depois para a Etiópia em busca do Preste João, 2004
[editar] Obras anteriores
Com a colaboração da ilustradora Lídia Lobo e de alunos da E.S. Passos Manuel, editoras diversas:
Sob o Signo de Tordesilhas - obra dramática em verso, 1995
Crónicas de Pimenta e de Canela - colectânea de contos, 1997
Crónicas de Monções e de Marés - colectânea de contos, 2000
O Cabo do Mundo - auto em verso, de modelo vicentino, 2000
A Palavra e o Olhar - estudo sobre Padre António Vieira, 1996
A fonte é a sempre falivel wikipedia por isso admito que a lista possa estar incompleta mas como podes ver a obra não é assim tão pouca
Sérgio nomea-la madrinha do blog porquê??
Em dois anos é o segundo livro dela que aqui sugerimos e fizemos o anuncio do lançamento de outro.
Se fores a ver bem as coisas há outros autores que receberam destaque maior:
Chuck Palahniuk, Bernard Cornwell, Erico Verissimo (é verdade que este já faleceu), Christopher Moore
E o Haruki Murakami tem o mesmo número de postagens que esta autora.
É verdade que da lista é a unica autora portuguesa e a unica que teve a bondade de responder às postagens - o que só poe isso nos faz acarinha-la mas é só... a bem dizer sem ser as mensagens que trocamos aqui nem nunca conhecemos a autora (com grande pena nossa)
Caros amigos Bibliofilíacos (permitam-me que vos chame amigos, pelo carinho com que me têm tratado aqui):
Como disse a Mr. Nonsense, há já uns tempos que não espreitava este vosso blogue, por excesso de trabalho e dificuldades de ligação à Internet. Pelo que foi uma grata surpresa ver a postagem da crítica ao meu D. Sebastião e o Vidente e os deliciosos comentários dos vossos leitores, a que também gostaria de acrescentar o meu.
Antes de mais, a minha gratidão pelos elogios de quem postou e dos que comentaram. Agradecer a quem lê os meus livros (e gosta deles a ponto de os recomendar aos amigos) é para mim, muito mais do que uma obrigação ou uma questão de educação, é um imenso prazer. Assim, poderá faltar-me tempo para tudo o mais, mas nunca para lhes escrever.
Porque lhes devo muito. É para os leitores que escrevo e o prazer que lhes dei é o incentivo para eu procurar fazer sempre melhor e ir o mais longe que as minhas capacidades me permitirem. Porque, acima de tudo, me interessa partilhar as histórias da nosa História que descubro e amo.
Esse prazer dos leitores é o reconhecimento que eu desejo, o outro, o dos prémios, seria decerto agradável (o prémio Máxima Especial do Júri foi uma incrível surpresa!), mas sempre achei que estaria fora desse espectro.
Por variadíssimas razões, além da possível qualidade ou valor da minha obra: a idade tardia (55 anos)com que comecei a publicar, há dez anos; o tipo de romance que escrevo - histórico, português e do período dos Descobrimentos; o tipo de linguagem que uso, próxima dos nossos cronistas e autores renascentistas, com frase complexa e períodos longos; a estrutura do romance que tem a ver com o formato das obras da época e quase sempre implica um maior esforço e atenção do leitor.
Como não pertenço a qualquer grupo ou associação de escritores, jornalistas ou políticos, raras vezes apareço nos Media. Mas a minha escrita é a minha essência, a minha alma, por isso não faço cedências (já recusei duas editoras que me poderiam levar mais longe, mas o preço era dobrar a cerviz), nem recorro a pedidos, nem uso de influências. Sempre fui contra a cunha e o favor, muito menos o faria para a minha escrita - se ela fosse de facto boa acabaria por fazer caminho... e até fez.
Porque, além da aposta da Porto Editora no meu "D. Sebastião e o Vidente" e da sua campanha de divulgação, os blogues dos amantes dos livros, como o vosso, foram o melhor meio para a divulgação da minha obra e do meu nome. Daí a minha imensíssima gratidão, queridos bloguers!
É um caminho mais lento e talvez mais penoso, mas, para mim tem mais valor por ser mais genuíno, pois os bloguers só aconselham aos amigos as obras de que realmente gostam. E isso não há publicidade que pague!
E, na verdade, venho singrando paulatinamente o meu caminho e as livrarias e superfícies de referência têm, em geral todos os meus livros. O D. Sebastião e o Vidente, que já vendeu mais de 16.000 exemplares (espantoso para quem é marginal), apesar de ter saído em 2006, ainda se encontra à venda nessas livrarias. Mais por obra e graça dos leitores do que das editoras, daí, mais uma vez a minha gratidão!
Quanto ao Nobel, meus queridos amigos, obrigada pelo bom humor que me fez rir de puro gozo e pensar nos autores russos, esses gigantes da Literatura, os deuses e mestres de toda a minha vida, os quais nunca o receberam (já leram "O Idiota", de Dostoievski? Obra espantosa e a minha preferida de todos os tempos e países).
Comentário longo este que talvez poucos lerão. De qualquer modo, Mário e Diogo, não deixem ficar durante muito tempo as vossas obras na gaveta. Agora até há editoras interessadas em novos autores, como a Babel e a Oficina do Livro.
Um grande abraço e muito obrigada pelo vosso afago.
o tamanho não é importante desde que tenha qualidade. não conheço a autora mas deu para perceber que vocês apreciam. Então é mais uma para a lista de compras...
Ainda não acabei de ler o outro (O Romance da Biblia) e já voces me estão a sugerir outro da mesma autora?
Assim não os consigo ler a todos...
Por favor, dyanna, não deixe de me dar a sua crítica a esse livro - qualidades e defeitos - eu dou-me bem com as críticas negativas, de verdade, ajudam-me a melhorar a escrita. Por isso, seja franca, aqui ou por e-mail d.barroqueiro@netcabo.pt.
Obrigada pela preferência!
A autora que me perdoe mas nunca ouvi falar dela... o que, tendo em conta o que vi por este blog deve ser um crime imperdoavel...
E já agora que sugeriram o nome dela para o Prémio Nobel uma pergunta porque é que um dos autores mais sugeridos neste blog não aparece na lista de candidatos?
falo claro está desse grande nome da literatura universal que é o Christopher Moore.
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